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Contagem de votos: González supera números declarados por Maduro em meio milhão de votos

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Uma análise feita pela agência de notícias Associated Press (AP) das folhas de contagem de votos divulgadas na última sexta-feira, 2, pelo principal grupo de oposição da Venezuela, indica que seu candidato obteve 3,7 milhões de votos a mais do que Nicolás Maduro na eleição de domingo, 28 de julho.

O ditador, com seus órgãos eleitorais e de Justiça, já se proclamou vencedor, alegando que obteve 51,2% dos votos. No entanto, não divulgou as atas da votação, que poderiam mostrar o resultado da eleição.

A AP processou quase 24 mil imagens de folhas de contagem, representando os resultados de 79% das máquinas de votação.

Cada folha codificou a contagem de votos em QR codes, que a AP decodificou e analisou programaticamente, resultando na tabulação de 10,26 milhões de votos. Segundo os cálculos, Edmundo González, da oposição, recebeu 6,89 milhões de votos, quase meio milhão a mais do que o governo diz que Maduro alega ter ganhado — 6,4 milhões.

As tabulações também mostram que Maduro recebeu 3,13 milhões de votos das planilhas de contagem divulgadas. Em comparação, os resultados atualizados do Conselho Eleitoral do governo, divulgados na sexta-feira, dizem que, com base em 96,87% das folhas de contagem, Maduro teve 6,4 milhões de votos, e González, 5,3 milhões.

  • Nicolás Maduro: 6.408.844 votos
  • Edmundo González: 5.326.104 votos
  • Edmundo González: 6,89 milhões de votos
  • Nicolás Maduro: 3,13 milhões de votos

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Amoroso, atribuiu o atraso na atualização dos resultados a “ataques maciços” à “infraestrutura tecnológica”. A AP não pôde verificar de forma independente a autenticidade das 24.532 folhas de apuração fornecidas pela oposição.

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Como a agência extraiu os dados das atas e analisou a contagem de votos na Venezuela

A AP conseguiu extrair dados de 96% dos registros de votos fornecidos, sendo que os 4% restantes das imagens eram muito ruins para serem analisadas. González e a líder da oposição, María Corina Machado, disseram na última segunda-feira, 29, que haviam obtido os boletins de apuração dos centros de votação em todo o país e que eles mostravam que Maduro havia perdido sua tentativa de reeleição a um terceiro mandato de seis anos por uma vitória esmagadora.

Inicialmente, a oposição ofereceu aos eleitores a oportunidade de consultar on-line as cópias digitalizadas dos boletins de apuração. Mas, após críticas e ameaças de Maduro e seu círculo próximo, a campanha liberou suas digitalizações na sexta-feira 2.

Assaltantes invadiram e saquearam sede da oposição

As folhas de apuração, conhecidas em espanhol como “actas”, são impressões longas que se assemelham a recibos de compras. Há muito tempo elas são consideradas a prova definitiva dos resultados eleitorais na Venezuela. Na sexta-feira 2, meia dúzia de assaltantes mascarados saquearam a sede da oposição em uma escalada de violência depois que vários países pediram provas da vitória de Maduro.

Os assaltantes quebraram portas e levaram documentos e equipamentos valiosos na invasão por volta das 3h da manhã, informou o partido de Machado e González. Várias paredes foram cobertas com tinta spray preta.

A invasão ocorre depois de ameaças de autoridades de alto escalão, incluindo Maduro, de prender Machado, que se escondeu enquanto ainda pede aos venezuelanos e à que contestem os resultados das eleições de domingo.

EUA reconheceram González como vencedor

Antony Blinken visita a Ucrãnia
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, anunciou reconhecimento de Edmundo González como presidente eleito | : Reprodução/Instagram

O governo dos EUA apoiou firmemente a oposição, reconhecendo González como o vencedor e desacreditando os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral. González foi escolhido em abril como substituto de última hora de Machado, impedida de concorrer a um cargo político.

O anúncio dos EUA na noite de quinta-feira, 1º, seguiu os apelos de vários governos, incluindo os aliados regionais próximos de Maduro, para que as autoridades eleitorais da Venezuela divulgassem as contagens de votos de cada distrito, como fizeram em eleições anteriores.

“Dada a evidência esmagadora, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um comunicado.

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González, cuja localização também é desconhecida, publicou uma mensagem no Twitter/X agradecendo aos EUA “por reconhecerem a vontade do povo venezuelano refletida em nossa vitória eleitoral e por apoiar o processo de restauração das normas democráticas na Venezuela”.

Maduro disse, durante uma entrevista à imprensa na sexta-feira, que os EUA deveriam ficar fora da política da Venezuela.

Mais de 7,7 milhões de venezuelanos fugiram do país desde 2014, o maior êxodo da história recente da América Latina. As sanções norte-americanas contra o petróleo só aumentaram a miséria, e o governo Biden, que vinha diminuindo essas restrições, agora provavelmente as aumentará novamente, a menos que Maduro concorde com algum tipo de transição.


Redação , com informações da Agência Estado

Fonte: revistaoeste

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