Cessem os bate-bocas acerca da eleição de Alcolumbre e Motta, que uma questão mais alta se alevanta: Donald Trump e Elon Musk resolveram drenar o pântano da famigerada USAID — Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos. E essa notícia, meus caros e atentos sete leitores, tem mais a ver com o Brasil do que pode parecer à primeira vista.
A USAID foi criada em 1961, durante o governo de John F. Kennedy, para promover ações de desenvolvimento em países aliados dos EUA. O que a princípio parecia ser uma iniciativa voltada para a ajuda humanitária tornou-se um dos principais tentáculos do Deep State globalista americano.
Ao assumir a Secretaria de Eficiência Governamental (DOGE) no governo Trump, uma das primeiras ações de Elon Musk foi cortar as asinhas da USAID. Nas palavras do presidente empossado há um mês, a agência vinha sendo administrada por “um bando de lunáticos radicais”.
Não por acaso, a gritaria na esquerda americana — por figuras carimbadas como a militante socialista Alessandra Ocasio-Cortez — está sendo gigantesca. Como já disse alguém, não existe lugar no mundo mais perigoso do que o espaço situado entre um esquerdista e a sua verba.
Curioso é que, por muitos anos, a USAID foi um dos alvos preferenciais das críticas da esquerda — inclusive a brasileira. Dos meus tempos de militância, lembro-me dos discursos irados nas assembleias universitárias sobre os “acordos secretos MEC-USAID”, firmados entre o governo dos milicos e os imperialistas americanos (na época não usávamos a horrível expressão “estadunidenses”).
A esquerda deveria estar feliz com a iminente extinção desse pântano infecto onde habitam as hidras.
Uma das descobertas de Elon Musk ao abrir a caixa de Pandora da USAID foi que o governo Biden vinha financiando ações de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) — em outras palavras, a agenda woke — em diferentes países.
Os gastos recentes da USAID com as ações de lacração somam US$ 1,64 milhão do dinheiro dos pagadores de impostos americanos
Essas ações incluem projetos de eventos de diversidade em locais de trabalho (DEI na Sérvia), produção de um musical sobre diversidade (DEI na Irlanda), montagem de uma ópera transgênero (DEI na Colômbia) e publicação de uma história em quadrinhos transgênero (DEI no Peru). A nova porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, comentou essa amostra de insanidades:
“Como contribuinte americana, não quero que meu dinheiro vá para essas porcarias. E sei que o povo americano também não quer. É por isso que Elon Musk foi encarregado pelo presidente Trump de intervir, acabando com a fraude, o desperdício e o abuso do governo federal”.
Mas esse é apenas um pequeno exemplo. Muito mais grave foi o uso dos recursos da USAID para o financiamento da ONG Ecohealth Alliance. Entre 2004 e 2022, a agência americana repassou US$ 54 milhões para a Ecohealth Alliance, que por sua vez financiou pesquisas de ganho de função no Instituto de Virologia de Wuhan (IVW) — pesquisas essas proibidas em território americano —, de onde acredita-se que ocorreu o vazamento do vírus da Covid-19 para o mundo inteiro. No IVW, os cientistas chineses Ben Hu, Ping Yu e Yan Zhu foram os primeiros infectados pelo vírus pandêmico.
Agora, o Brasil. Em entrevista concedida dias atrás, o ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado norte-americano durante o primeiro mandato de Donald Trump, Mike Benz, fez uma declaração bombástica acerca do financiamento do complexo industrial de censura que interferiu nas eleições presidenciais brasileiras em 2022. Benz afirmou com todas as letras:
“A USAID declarou uma guerra santa da censura contra o populismo, contra todos os grupos populistas, incluindo Bolsonaro. Se a USAID não existisse, Bolsonaro ainda seria o presidente do Brasil, e o Brasil teria uma internet livre e aberta. A USAID gastou dezenas de milhões de dólares do dinheiro dos pagadores de impostos americanos financiando a censura. Eles criaram um polvo da censura no Brasil, e ele foi inteiramente criado com a USAID, porque a USAID declarou Bolsonaro um populista, um Trump dos trópicos, e então se organizou essa operação para controlar o ecossistema de informação. Um dos apoiadores da USAID até disse publicamente que o propósito era eliminar o intercâmbio internacional de ideias entre o movimento Trump e o movimento Bolsonaro. É isso que a USAID faz. Elas matam o populismo nos outros países, porque isso entra no caminho dos seus objetivos de política internacional”.
No plenário da Câmara, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) comentou as revelações de Benz:
“Ele expôs o protagonismo da burocracia diplomática de seu país numa guerra suja contra o conservadorismo e contra a liberdade de expressão ao redor do mundo, não só no Brasil, mas em vários países.”
Bia Kicis destacou que a USAID utilizou seu orçamento de mais de US$ 40 bilhões para financiar organizações não-governamentais esquerdistas, como a Open Society, de George Soros, e os grupos que promovem a censura no Brasil.
A deputada prosseguiu:
“Com isso, parlamentares e jornalistas de direita que tentam simplesmente expor uma opinião, seu ponto de vista e são caçados e até mesmo cassados de seus mandatos. A defesa da liberdade de informação e manifestação tem sido solapada, financiada por essa USAID, uma grande rede internacional que não quer a liberdade, que não quer a liberdade de expressão, que não quer valores conservadores, que quer impor a censura por todo mundo”.
Segundo a parlamentar de oposição, os recursos advindos ou intermediados pela USAID financiam toda uma rede de “ativistas judiciais, promotores, juízes, advogados, que travam uma verdadeira guerra jurídica de extermínio contra indivíduos e instituições rotulados de populistas e antidemocráticos”.
Desde 2022, este cronista de sete leitores vem afirmando que o Brasil foi vítima de um golpe de Estado em várias etapas. Os verdadeiros golpistas estão no poder — e agora começa a ficar claro quem financiou e coordenou esse golpe que deu origem à ditadura PT-STF e quem está por trás da rede de censura e perseguição comandada pelo Imperador Calvo.
A história contemporânea é repleta de ironias. Há seis décadas, a esquerda brasileira difundiu a tese de que o golpe de 1964 fora organizado e financiado pelo governo americano. Fez sucesso na época o livro “O Golpe Começou em Washington”, de Edmar Morel. Hoje vemos que, de fato, o golpe começou em Washington, onde se situa a sede da USAID.
Mas foi o golpe de 2022…
Canal Briguet Sem Medo: Acesse a comunidade no Telegram e receba conteúdos exclusivos. Link: https://t.me/briguetsemmedo
Fonte: gazetadopovo