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Como a guerra na Ucrânia vai terminar, segundo general americano

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Apesar da guerra na estar em um momento de impasse, o cenário dos conflitos mudam constantemente. Em uma entrevista à emissora americana CNN, o general americano e ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, David Petraeus, afirmou que os confrontos deste ano serão diferentes, com ofensivas significativas de ambos os lados. Para ele, atualmente, a guerra demonstra fraquezas básicas do exército russo, que já foi considerado um dos mais potentes do mundo.

Chegando perto do aniversário de um ano da invasão na Ucrânia, Petraeus afirmou que os russos já perderam muitas batalhas por conta das múltiplas falhas geradas pela cultura militar, doutrina, estruturas organizacionais, treinamento e equipamento. Segundo ele, Moscou ainda usa táticas e armas da Guerra Fria, embora tenha alguns recursos mais atualizados, como drones e munições de precisão.

Apesar do general ter criticado a retirada do Afeganistão pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ele dá um tom diferente à guerra da Ucrânia. Para ele, o democrata fez um trabalho impressionante ao liderar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o ocidente para conter a invasão russa.

No entanto, Petraeus lançou ressalvas sobre a demora para anunciar as decisões de fornecer certos sistemas de armas, como tanques de longo alcance e munições de precisão. Ele também disse que o apoio dos Estados Unidos e seus aliados à Ucrânia significa que, mesmo com uma nova ofensiva russa no horizonte, o Kremlin vai enfrentar soldados mais bem treinados e organizados. Ele prevê que o novo ataque contra a Ucrânia vai ser feito entre a primavera e o verão.

O país também vai enfrentar dificuldades com os novos armamentos que são enviados aos ucranianos, que possuem maior precisão e potência. O general reiterou que, ao tentar cumprir a missão de “tornar a Rússia grande novamente”, o presidente Vladimir Putin conseguiu fortalecer a Otan, principalmente depois que a Finlândia e a Suécia, duas potências muito capazes e historicamente neutras, buscaram adesão à organização

“Putin claramente falhou terrivelmente nessa tarefa, resultando em uma guerra que fez dele e de seu país um pária, atrasou a economia russa em uma década”, disse.

Para ele, a Rússia está longe de ganhar a guerra, já que perdeu as importantes batalhas de Kiev e nas cidades de Sumy, Chernihiv e Kharkiv, além de ter falhado em tomar a costa sul da Ucrânia. O exército também recuou a oeste do rio Dnipro, na província de Kherson, porque os ucranianos “tornaram intransitáveis” as pontes de conexão com as forças, isolando o resto da Rússia.

“As linhas de batalha desde a retirada das forças a oeste do Dnipro no outono passado têm sido bastante estáticas, embora as forças russas tenham feito ganhos incrementais – e de preço muito elevado – nas aldeias ao redor de Bakhmut”, comentou o general. Agora, os ucranianos estão tendo que enviar forças adicionais para defender as áreas sob pressão.

Outro impacto significativo é que esta é a primeira vez que uma guerra ocorre em um contexto que inclui a presença de smartphones, redes sociais e outros sites da internet. Além disso, apesar da Rússia ter uma população muito maior que a da Ucrânia, Petraeus afirmou que isto só faria diferença no cenário de guerra caso o país fizesse uma mobilização em todo o território nacional.

“No entanto, até o momento, as mobilizações foram parciais, pois Putin parece temer como o país pode responder a uma mobilização total. De fato, supostamente, mais homens russos deixaram o país do que reportaram às estações de mobilização em resposta à última convocação parcial de reservistas”, explicou à CNN.

Estima-se que cerca de 300 mil novos recrutas e reservistas mobilizados sejam enviados para as linhas de frente, com até 150 mil a mais a caminho. Para o general, a quantidade “não é trivial” e importa para definir o rumo da guerra, mas não há previsão de um plano inovador pelo lado da Rússia.

Recentemente, Putin nomeou o general Valery Gerasimov para ser comandante da guerra no território ucraniano, possivelmente “para gerar forças adicionais para o campo de batalha na Ucrânia”.

Além disso, a Rússia continua buscando armas e munições em outros países, como Irã e Coreia do Norte, para que compensem as deficiências na produção das indústrias militares russas que são limitadas pelos controles de exportação.

“Provavelmente veremos mais do que vimos no passado – comandantes russos lançando soldados recentemente mobilizados, inadequadamente treinados e mal equipados em combates difíceis.”, afirmou.

Durante décadas, Petraeus estudou as práticas e aplicações realizadas em um confronto deste nível. Durante a coalizão nas guerras do Afeganistão e do Iraque, o general foi comandante dos Estados Unidos e, posteriormente, atuou como diretor da CIA.

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Fonte: Veja

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