Em meio a tensões já altas entre os dois países, a China ameaçou nesta sexta-feira, 24, impor “sérias consequências” à Marinha dos Estados Unidos por navegar um destroier ao redor das disputadas Ilhas Paracel, no Mar da China Meridional. A atitude foi vista por Pequim como um desrespeito à soberania e à segurança do país.
Na quinta-feira 23, a Marinha americana navegou com o navio de guerra equipado com mísseis guiados, nomeado USS Milius, perto das Ilhas Paracel, que são disputadas por autoridades chinesas, tailandesas e vietnamitas.
Os Estados Unidos alegaram que foi apenas uma “operação de liberdade de navegação”, mas a Marinha e a força aérea da China disseram que forçaram a retirada do navio americano. Washington nega que a embarcação tenha cedido às pressões, respaldando-se nas leis marítimas internacionais. O incidente se prolongou por dois dias consecutivos.
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De acordo com o porta-voz da 7ª Frota americana, Luka Bakic, a operação fazia parte do compromisso do país de condenar o excesso de reivindicações marítimas “independentemente da identidade do reclamante”. Ele apontou, ainda, que a navegação na área tem como finalidade a defesa da liberdade.
“Os Estados Unidos continuarão a voar, navegar e operar onde quer que a lei internacional permita, como o USS Milius fez hoje”, disse Bakic em comunicado.
O Ministério da Defesa Nacional da China afirmou que a Marinha americana estava “minando a paz e a estabilidade” no local e que Pequim tomaria medidas cabíveis para garantir a segurança nacional.
“O ato dos militares dos Estados Unidos violou seriamente a soberania e a segurança da China, violou severamente as leis internacionais e é uma evidência mais firme de que os Estados Unidos buscam a hegemonia da navegação e militarizam o Mar da China Meridional”, condenou o porta-voz do ministério, Tan Kefei.
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O Mar da China Meridional, reclamado por Pequim, é uma importante área estratégica que contém peixes valiosos e recursos minerais submarinos. Apesar de não reclamar o controle da região, Washington há décadas direciona recursos navais e aéreos para patrulhar a hidrovia, além de marcar presença no mar há mais de 100 anos.
Um tribunal de arbitragem apoiado pelas Nações Unidas decidiu, em 2016, que a reivindicação histórica da China sobre as águas não tinha base legal sob a Convenção sobre o Direito dos Mares de 1982. Washington sustenta que a liberdade de navegação e sobrevoo da hidrovia são do interesse nacional americano.
Não é a primeira vez que Pequim afirma ter a sua soberania comprometida pelos americanos. No início do mês, o recém-empossado ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, afirmou que a interferência de Washington em Taiwan, considerada pelos chineses como parte de seu território, levaria a uma “destruição” do local.
“A resolução da questão de Taiwan é um assunto exclusivo do povo chinês e nenhum país estrangeiro tem o direito de intervir”, alertou Qin.
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Fonte: Veja