Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, maior companhia aérea de Portugal, foi afastada do cargo pelo governo do país, que é o principal acionista da empresa. O presidente do conselho de administração, Manuel Beja, também foi tirado do posto.
A dupla foi demitida por justa causa e, dessa forma, não terá direito a indenizações. A decisão, divulgada na segunda-feira 6, acontece depois de um escândalo envolvendo o pagamento de indenização de € 500 mil (cerca de R$ 2,75 milhões) para uma antiga executiva.
Com a demissão da liderança da TAP, o governo de Portugal espera uma “virada de página na empresa”, atualmente alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, motivada justamente pela polêmica da indenização à antiga administradora.
O caso foi revelado no fim de dezembro em uma reportagem do jornal Correio da Manhã. A publicação revelou que a TAP pagou a indenização milionária à ex-gestora Alexandra Reis. Ela pediu demissão pouco tempo depois, mas as implicações políticas do caso continuaram. Reis, dez meses após se desligar da companhia, passou a ocupar o cargo de secretária de estado do Tesouro no governo socialista.
A decisão de demitir a CEO e o presidente do conselho de administração foi tomada após um relatório da Inspeção-Geral de Finanças, divulgado agora, concluir que a indenização paga à executiva foi indevida.
