O primeiro-ministro Justin Trudeau disse que o Canadá não vai ser intimidado por retalialiações da China, depois que Pequim expulsou um diplomata canadense. A expulsão ocorreu em uma resposta direta à decisão de Ottawa de expulsar um diplomata chinês na segunda-feira, 8.
O Canadá expulsou o diplomata chinês Zhao Wei por alegações relacionadas a suposta interferência estrangeira. Horas depois, a China pediu a um diplomata canadense em Xangai que saísse até 13 de maio em resposta ao que chamou de “ações irracionais” de Ottawa.
“Entendemos que há retaliação, mas não seremos intimidados, continuaremos a fazer todo o necessário para manter os canadenses protegidos da interferência estrangeira”, disse Trudeau.
As tensões diplomáticas entre Ottawa e Pequim começaram a aumentar com a detenção do executivo da Huawei Technologies, Meng Wanzhou, em 2018, e a subsequente prisão de dois canadenses em Pequim por acusações de espionagem. Os três foram libertados em 2021.
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Entretanto, alguns analistas temem que o último incidente possa ter repercussões econômicas para o Canadá. Em 2022, a China suspendeu uma proibição de três anos às importações de canola, maior plantação do Canadá. Pequim também é um grande importador de trigo canadense.
O ex-embaixador canadense na China, Guy Saint-Jacques, afirmou que a resposta chinesa foi “muito comedida”. Segundo ele, o governo de Pequim poderia ter expulsado um ou até vários funcionários de alto escalão diplomático. Saint-Jacques também disse que não espera que a China recorra a sanções econômicas porque Pequim está tentando assegurar às empresas estrangeiras que elas podem trabalhar lá depois que as restrições contra Covid-19 foram suspensas.
Pequim estaria conduzindo uma “ofensiva de charme para convencer empresas estrangeiras a voltar à China para investir”, disse Saint-Jacques. “Portanto, impor sanções ao Canadá neste estágio teria enviado uma mensagem muito ruim às empresas estrangeiras.”
Fonte: Veja
