Philippe Katerine, apelidado de “cantor azul” na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, voltou a ser alvo de controvérsias nesta semana. Durante a cerimônia de abertura, Katerine apareceu deitado sobre uma mesa, com o corpo pintado de azul, enquanto cantava “Nu”.
De acordo com a direção artística, o “cantor azul” representava o Deus Dionísio, em uma festa pagã ligada ao Olimpo. A cena gerou críticas de religiosos do mundo todo, que a associaram à “Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci.
Katerine pediu desculpas aos cristãos que se sentiram ofendidos, mas negou qualquer intenção religiosa na performance.
Feio demais, depois nós cristãos que somos homofóbicos etc. olha intolerância dos intolerantes com a nossa fé em Cristo.
Usar a Santa Ceia para fazer chacota na abertura das Olimpíadas em Paris, com Jesus representado por uma Drag Queen, é um desrespeito, blasfema. Apocalipse! pic.twitter.com/Qdsy9jgL6Q
— Igor Conceição (@igorconceicao) July 27, 2024
“Lamento se foi chocante, não foi a intenção”, disse ele à CNN França. “Fui criado na religião cristã. E o que é belo na religião cristã é o perdão. Então peço desculpas se ofendi.”
Valor do cachê do ‘cantor azul’ causa polêmica
Além disso, Katerine causou controvérsia ao revelar à imprensa francesa o valor que recebeu pela apresentação.
“Não sei quanto receberam os outros, espero que seja igual”, afirmou ele, ao jornal Libération. “Eu recebi €200. Me pareceu muito, então aceitei. Botei no bolso. Esse é o infortúnio. Mas, você sabe, eu teria pagado €200 para participar.”
Na cotação atual, €200 equivalem a pouco mais de R$ 1,2 mil. O valor foi novamente confirmado por Katerine em entrevista ao portal Konbini.
“Ao mesmo tempo, não me importo”, explicou. “A ideia não era ganhar dinheiro. A ideia era fazer algo muito emocionante, para transmitir uma mensagem de paz.”
Entretanto, os organizadores de Paris 2024 afirmaram que os artistas não receberiam cachê pela participação. Alguns dançarinos ameaçaram fazer greve e se recusaram a ensaiar, dias antes da abertura, em protesto contra o tratamento desigual entre os performadores.
“Sejam de renome nacional ou internacional, as estrelas que se apresentarem na cerimônia de abertura não receberão nenhum valor pela sua atuação”, garantiu o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris (Cojo), ao Check News.
Contradição
Procurado pela mídia francesa, o Cojo não comentou sobre o suposto pagamento. A DJ Barbara Butch, que também participou da cerimônia com drag queens, apresentou queixa à polícia francesa por ameaças de morte e insultos públicos.
Assim como Katerine, Butch estava na cena, chamada “Festa”, que envolvia um grupo ao redor de uma mesa, incluindo numerosas drag queens. Setores religiosos interpretaram a cena como uma zombaria da “Santa Ceia”.
O diretor da cerimônia, Thomas Jolly, negou qualquer inspiração na cena religiosa. A polícia francesa abriu uma investigação sobre os ataques contra a DJ.
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Fonte: revistaoeste