O Brics está mais forte. Mais 6 países entraram no grupo das nações do mercado emergente: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos agora se unem ao Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.
A aprovação para a entrada dos novos países é considerada “a maior expansão da história do bloco”, que agora vai representar 36% do PIB mundial e 46% do total de habitantes do planeta.
Os novos integrantes entram no ano que vem, anunciaram os líderes do Brics nesta quinta-feira, 24, durante o último dia da reunião da cúpula, na cidade sul-africana de Johannesburgo.
O Brics
O Brics foi formado há 12 anos.
O grupo começou com quatro países sob o nome BRIC, reunindo as iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China.
Em 14 de abril de 2011, a África do Sul (do inglês: South Africa) entrou no grupo e a letra “S” foi acrescida à sigla, que virou então Brics.
Agora, quando tenta ampliar sua influência no cenário internacional, o bloco aprovou o ingresso da Arábia Saudita, da Argentina, dos Emirados Árabes Unidos, do Egito, do Irã e da Etiópia.
O anúncio
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou que as nações convidadas entrarão no grupo a partir de 1º de janeiro de 2024.
Mas, para isso, terão de cumprir critérios que ainda serão divulgados. Um exemplo é a defesa da reforma do sistema ONU, com destaque para o Conselho de Segurança.
“Com esta cúpula, o Brics inicia um novo capítulo”, disse Cyril Ramaphosa em entrevista coletiva ao lado dos representantes dos outros países que integram o bloco atualmente.
Equilíbrio no mercado mundial
A ampliação do grupo foi um tema prioritário na reunião de cúpula, a 15ª celebrada pelo bloco.
A China, maior economia do bloco, que representa quase 70% do PIB do Brics, era favorável a uma expansão.
Os etíopes foram uma surpresa no anúncio. A expectativa era de que a Indonésia entrasse no grupo, mas o país desistiu no último momento, alegando questões locais na Ásia.
O Brics reivindica um equilíbrio mundial mais inclusivo, principalmente sobre a influência dos Estados Unidos e da União Europeia no mercado.
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Força do grupo no planeta
Durante uma declaração à imprensa dos líderes do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, com os novos integrantes, o bloco terá 36% do PIB mundial e 46% do total de habitantes do planeta.
Lula também se pronunciou sobre a expansão do bloco na plataforma X (ex-Twitter), dedicando uma “mensagem especial” ao presidente argentino, Alberto Fernández, um “grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento”.
Em Buenos Aires, Fernández disse que a Argentina desejava integrar o Brics “porque o difícil contexto internacional confere ao bloco uma relevância singular e o constitui em uma importante referência geopolítica e financeira, embora não a única, para este mundo em desenvolvimento”.
Em sua postagem na X, Lula afirmou estar “profundamente impressionado com a maturidade do Brics e com os resultados que conseguimos alcançar juntos”, afirmando que “relevância do Brics está confirmada”.
E completou: “nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem que acomode a pluralidade econômica, geográfica e política do século XXI” […] “A presença, neste encontro do Brics, de dezenas de líderes de outros países do Sul Global mostra que o mundo é mais complexo do que a mentalidade de Guerra Fria que alguns querem restaurar”.
Ampliação histórica
Para o presidente da China, Xi Jinping, as discussões resultaram em uma “ampliação histórica”, que antecipa um “futuro radiante para os países do bloco”.
Já o anfitrião do evento, o presidente sul-africano, disse que, entre os objetivos do Brics está a entrega de soluções viáveis para desafios comuns. Ele defendeu o “multilateralismo inclusivo” e a reforma do sistema financeiro mundial.
“Compartilhamos nossa visão do Brics e as preocupações dos povos do Sul Global. Reiteramos nossos compromissos por um multilateralismo inclusivo — afirmou Ramaphosa.
“O papel e a importância do Brics no mundo continuam crescendo”, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin. Alvo de uma mandado de prisão internacional por crimes de guerra na Ucrânia, ele não participou presencialmente e discursou por videoconferência no evento na quarta-feira.
Futuros novos integrantes
Até o momento, 23 países pediram oficialmente para entrar no Brics.
Além dos seis já anunciados como membros plenos a partir do próximo ano, completam a lista Argélia, Bangladesh, Barein, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Honduras, Indonésia, Cazaquistão, Kuait, Marrocos, Nigéria, Senegal, Palestina, Tailândia, Venezuela e Vietnã.
Com informações de Agência Brasil e OGlobo
Fonte: sonoticiaboa