Em entrevista ao , realizada na tarde desta quarta-feira, 9, uma família de brasileiros no Estado da Flórida, , falou sobre os preparativos para a chegada do Milton. De acordo com o portal Meteored, o
Karla Silva e Leo Batista moram em Tampa Bay, uma das áreas que serão afetadas pelo furacão. Mesmo vivendo longe da costa, onde costuma haver alagamentos, eles reforçaram as janelas e portas por causa dos ventos, que podem passar de 250 km/h. Suprimentos e geradores de energia também foram providenciados.
Os brasileiros também explicaram o teor das ordens de evacuação, que estão sendo realizadas por líderes americanos desde o início da semana. O presidente Joe Biden, por exemplo, afirmou nesta quarta-feira que a evacuação seria “caso de vida ou morte”.
“Este alerta é mais para o sul de Tampa”, explicou Leo. “Tampa é dividida por zonas, e a água deve atingir as áreas A, B e C. Na nossa área, vamos pegar muito vento, mas é apenas isso. No sul de Tampa, o furacão será catastrófico”.
Segundo Karla, as áreas próximas à água são evacuadas primeiro. A família brasileira não seria solicitada a sair, pois mora em uma zona mais longíqua, depois da área I.
Os líderes dos condados pedem que moradores em áreas de risco de alagamento deixem suas casas. Para quem trabalha, tem famílias grandes ou animais de estimação, a evacuação é voluntária.
Na entrevista, Karla também relatou que os residentes estão abrigados com outras famílias e amigos. “Nossa casa é segura”, disse. “Estamos com amigos, outras famílias conosco. E esperamos que nossos familiares no Brasil fiquem calmos, pois decidimos ficar por saber que estaríamos seguros durante a chegada do furacão”.
Diferenças entre Brasil e Estados Unidos
Durante o relato, o comentarista Jorge Serrão perguntou para os brasileiros como é viver em um país onde riscos de fenômenos naturais são tratados com a devida seriedade. Em resposta, Leo afirmou que a sensação é boa, e que eles se sentem seguros.
“No nosso caso, colocamos os carros em uma garagem mais elevada, pois não sabemos se uma árvore pode cair na rua com a intensidade dos ventos”, disse. “Em todos os lugares, você vê a polícia e o Corpo de Bombeiros. Têm sirenes aqui, e a polícia bate de porta em porta para perguntar se você deseja sair de sua casa. Se você decidir ficar, é por sua conta e risco”
Os brasileiros já prepararam documentos, roupas e objetos pessoais para uma possível evacuação. O governo também distribui sacos de areia para bloquear a entrada de água nas casas. Além disso, escolas e estádios públicos foram abertos como abrigos para a população durante a passagem do furacão.
“Essa segurança em viver aqui é o que nos faz ficar, e não sair”, acrescentou Karla. “O governo tem essa preocupação com a população”.
Furacão Milton se aproxima da Flórida
O furacão Milton já é um dos mais impressionantes da temporada de 2024 no Atlântico Norte. Em termos de pressão mínima central, Milton caiu de 981 hectopascais (hPa) para 897 hPa. No caso de furacões, quanto menor a pressão, maior a intensidade do evento.
Segundo o Meteored, o fenômeno é muito forte e perigoso. A previsão mais recente é que Milton atinja o oeste da Flórida no início da madrugada desta quinta-feira, 10, com categoria 4. A situação é ainda mais preocupante já que, há poucos dias, o Estado da Flórida sofreu os impactos de outro ciclone devastador, o Helene.
A Metered destaca que, em toda a história de furacões já registrada no Atlântico Norte, apenas seis deles atingiram pressão inferior aos 900 hPa nessa região do mundo. São eles:
- Wilma (2005): 882 hPa
- Gilbert (1988): 888 hPa
- Furacão do “Labor Day” (1935): 892 hPa
- Rita (2005): 895 hPa
- Milton (2024): 897 hPa
- Allen (1980): 899 hPa
. Isso motivou a emissão de alertas para a população se preparar adequadamente.
O Centro Nacional de Furacões dos reforçou a importância de seguir as orientações das autoridades locais para garantir a segurança de todos os cidadãos.
Fonte: revistaoeste