Michel Nisembaum, o único brasileiro sequestrado pelo Hamas em 7 de outubro, foi encontrado morto em Jabalia, na Faixa de Gaza, nesta sexta-feira, 24. A informação foi confirmada pelas .
Nascido em Niterói, Nisembaum havia se mudado para Israel aos 12 anos e residia em Sderot, cidade próxima à Faixa de Gaza, junto de sua irmã, duas filhas e seis netos.
Em entrevista ao portal g1, a família disse que Nisembaum estava a caminho de buscar uma de suas netas quando foi abordado por terroristas do Hamas, em 7 de outubro de 2023. Ele tentou escapar e chegou a ligar para a polícia, mas acabou capturado.
“Depois soubemos que ele havia ligado para a polícia, pois a chamada ficou registrada”, contou Hen Mahluf, uma das filhas do brasileiro. “Ele estava tentando ajudar outras pessoas, que conseguiram fugir.”
Hen mencionou, em dezembro, que seus filhos perguntavam constantemente pelo avô desde o dia que ele foi sequestrado pelo Hamas.
Amigos e familiares descrevem Nisembaum como um homem gentil e amoroso, apaixonado por sua família e envolvido em trabalhos voluntários.
Brasileiro assassinado pelo Hamas foi localizado por geolocalização
Inicialmente, o corpo de Nisembaum não foi identificado entre os demais. A principal pista para localizá-lo foi seu computador, encontrado na Faixa de Gaza. Por meio da geolocalização, militares localizaram o dispositivo em Khan Younis, uma cidade ao sul de Gaza.
Hen Mahluf e Mary Shohat, irmã de Nisembaum, dedicaram meses à busca por informações sobre ele. Em dezembro, viajaram ao Brasil para promover uma campanha pela libertação dos reféns e se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente discutiu o caso com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, que medeia diálogos entre Israel e o Hamas. Porém, a conversa não gerou resultados efetivos, e a família de cobrou o governo brasileiro, que não respondeu aos pedidos.
Em 13 de maio, Ayala Harel, sobrinha de Nisembaum, disse ao site Poder360 que estava frustrada com a falta de informações por parte do governo brasileiro. Ela acreditava que o tio havia sido esquecido por Lula.
“Minha mãe e a filha dele foram ao Brasil em dezembro para encontra Lula, que prometeu fazer de tudo ao seu alcance para trazê-lo de volta”, disse Ayala. “E, obviamente, ele ainda não está aqui. Não temos nenhuma informação sobre Michel. Tenho certeza que Lula tem contatos para saber algo. É muito difícil.”
Fonte: revistaoeste