O governo dos Estados Unidos, liderado até 20 de janeiro pelo presidente Joe Biden, decidiu retirar Cuba da lista de países “patrocinadores do terrorismo”. De acordo com a CNN, um alto funcionário, que pediu anonimato, afirmou que a decisão baseia-se na ausência de informações que justifiquem essa designação.
“É um gesto de boa vontade para facilitar a libertação de pessoas detidas injustamente [em Cuba]“, declarou a autoridade.
A Casa Branca vai notificar o Congresso sobre a intenção de remover Cuba da lista. A decisão contou com a coordenação de diversos atores, como a Igreja Católica. O objetivo é criar um ambiente favorável para a libertação de defensores dos direitos humanos.
“Acreditamos que o número de pessoas que serão libertadas será significativo”, afirmou a fonte oficial.
Liberação de prisioneiros de Cuba e papel internacional
Depois da decisão dos EUA, Cuba anunciou a libertação de 553 prisioneiros condenados por diversos crimes. Em janeiro, o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, comunicou ao Papa Francisco a decisão de libertar essas pessoas. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba declarou que a libertação vai ocorrer em um período relativamente curto. Alguns prisioneiros estarão livres antes do fim do mandato de Biden.
A política de reaproximação com Cuba faz parte dos esforços do governo Biden para alcançar resultados práticos em relação aos direitos humanos na ilha. A decisão foi influenciada por pedidos de líderes internacionais, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo colombiano, que enviou uma nota diplomática aos EUA destacando a ajuda de Cuba nas negociações de paz.
Reações internacionais e possíveis desafios
Vários países aliados, incluindo a União Europeia, Espanha, Canadá, Colômbia e Chile, apoiaram a retirada de Cuba da lista, considerando o diálogo significativo entre Cuba e a Igreja Católica sobre os prisioneiros políticos.
No entanto, a medida enfrenta incertezas, pois pode ser revertida pelo próximo governo dos EUA, que estará sob o comando de Donald Trump pelos próximos quatro anos.
O presidente reeleito escolheu autoridades com uma postura mais firme em relação a Cuba, como o senador Marco Rubio, filho de imigrantes de Cuba e defensor de medidas punitivas contra o governo cubano. Rubio esteve pessoalmente envolvido na formulação de políticas que o governo de Biden quer reverter.
Histórico de relações e sanções
Perguntado sobre a coordenação com a nova administração, o funcionário sênior afirmou que há comunicação regular sobre várias questões, incluindo a de Cuba.
“Com relação ao novo governo, certamente ele terá a oportunidade de revisar essa posição também”, acrescentou.
Por mais de seis décadas, os EUA mantiveram um embargo econômico a Cuba.
Fonte: revistaoeste