Em sua primeira grande entrevista desde o indiciamento de Donald Trump, a ex-atriz pornô Stormy Daniels, no centro do caso criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos, disse que ele deve ser “responsabilizado”, mas não acredita precise ir para a prisão.
“Não acho que os crimes dele contra mim sejam dignos de prisão. Mas as outras coisas que ele fez, se ele for considerado culpado, absolutamente”, disse Daniels em entrevista à Fox Nation, divulgada na noite de quinta-feira 6.
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Quando questionada como se sentiu ao ver Trump comparecer ao tribunal, a ex-atriz de filmes adultos afirmou ter ficado “chocada”. “Achei que ele iria se safar e não ser responsabilizado”, disse ela.
“O rei foi destronado – ele não é mais intocável”, concluiu. “Ninguém deve ser intocável, não importa qual seja a descrição do seu trabalho – seja você o presidente – você deve ser responsabilizado por suas ações.”
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Daniels, que adiou o cronograma original de sua entrevista na semana passada citando “preocupações com a segurança”, disse que também recebia ameaças regularmente. Segundo ela, uma em cada dez mensagens que recebe agora são ameaças de morte, cada vez mais violentas.
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A estrela pornô é uma das duas mulheres a quem Trump é acusado de fazer pagamentos em um suposto esquema de suborno, que resultou em 34 acusações criminais de falsificação de registros de transações. Ele se entregou ao Tribunal Criminal de Manhattan na quarta-feira 5 e se declarou inocente de todas as acusações.
O ex-presidente também é investigado em Washington, D.C., por tentar anular sua derrota nas eleições de 2020 e manipular documentos secretos. Outro inquérito separado na Geórgia estuda sua tentativa de reverter a derrota eleitoral naquele estado, especificamente.
Esta é a primeira vez em que um ex-presidente dos Estados Unidos é acusado de atividade criminosa. O favorito na disputa para representar seu Partido Republicano em 2024, Trump nega ter tido um caso com Daniels, mas reconheceu que fez o pagamento.
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O caso está no início de seus procedimentos. A próxima audiência foi marcada para 4 de dezembro e um julgamento poderia começar em janeiro do ano que vem, quando Trump já teria começado a campanha para a corrida à Casa Branca.
Daniels disse na entrevista que, se ela fosse chamada para testemunhar, “esperaria ansiosamente por isso”.
“Se [os promotores] me ligarem e me colocarem no depoimento, isso legitima minha história e quem eu sou. Se não fizerem isso, é quase como se estivessem me escondendo”, explicou.
Fonte: Veja