Há mais de 150 horas ininterruptas, a Universidade de Asbury, no Kentucky, nos EUA, testemunha um fenômeno religioso. Na manhã da quarta-feira 8, um culto evangélico lotado começou na capela da faculdade, com jovens orando e cantando louvores. Durante bastante tempo, permaneceram ajoelhados.
O ato assemelha-se ao de 1970, no mesmo local, quando centenas de norte-americanos saíram de vários cantos do país para se reunir ali. Desta vez, contudo, brasileiros foram à Asbury. É o caso do teólogo e pastor Angelo Bazzo.
“Eles, simplesmente, estavam lá cantando e orando”, explicou Bazzo, em uma live no Instagram. “O pequeno grupo, que estava inicialmente, decidiu ficar por mais algumas horas orando e cantando. Então, chamaram outros jovens do campus, e, de repente, outras pessoas que não eram da faculdade começaram a chegar em micro-ônibus. Aí, eles começaram a confessar os próprios pecados uns aos outros e a presença de Deus foi crescendo.”
Bazzo explicou que, há três dias, os jovens da capela de Asbury começaram a enviar algumas pessoas para continuar o culto em outras igrejas próximas, pois a capela da universidade não comportava todos os que chegavam. A liturgia, porém, ainda permanece.
“São filas imensas de pessoas que desejam entrar”, disse o teólogo. “Há relatos de pessoas que foram curadas também, mas não tem gente caindo ou gritando e nem um pastor com alguma grande pregação. Ali tem uma paz, onde Jesus está no centro. Não há manipulação.”
Em entrevista à revista Veja, Taylor McGaugh, estudante de psicologia da Universidade de Asbury, disse que o campus experimenta algo nunca visto antes por sua geração. “É um momento na história de Asbury, que nunca será esquecido”, constatou a jovem. “Quando ouvi falar sobre o que acontecia, fiquei confusa, mas, quando fui à capela da universidade, entendi que precisava daquela experiência e que muitos outros estudantes também necessitavam.”
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Avivamento
Nas redes sociais, diversos vídeos mostram o fenômeno que ocorre em Asbury. Desse modo, muitos internautas, e até mesmo alguns teólogos, começaram a defender a ideia de que um “avivamento” estaria ocorrendo no local. O “avivamento” é um termo utilizado pelos cristãos evangélicos para definir um aumento de fervor e intensidade espiritual em meio à comunidade cristã.
Bazzo discorda. “Não é avivamento”, disse. “Para se tornar isso, o movimento precisa escalonar para a conversão de pessoas e tocar a sociedade. Ele pode se tornar um avivamento, mas ainda não é. Tenho certeza de que uma coisa sagrada está acontecendo.”
Para o teólogo e pastor Elizeu Rodrigues, o fenômeno em Asbury é um “mover de Deus”, e somente os resultados desses dias vão dizer se houve um avivamento naquele local. “Está havendo um mover de Deus na América”, explicou. “Não é natural do homem ficar em uma reunião clamando e adorando sem ser convidado, sem nenhum pregador nem cantor famoso. Agora, só podemos dizer que é um avivamento depois dos resultados na vida daqueles que estão participando desse ato.”
O “avivamento” gera mudanças sentimentais, sociológicas e políticas, segundo o teólogo. Além disso, é o resultado de uma relação saudável com Deus. “Nunca houve um avivamento genuíno sem uma oração fervorosa”, disse o pastor. “Frequentemente, os avivamentos começam com choros e quebrantamentos, e não com regozijo. Essa reunião nos EUA não começou com um grupo de jovens se entretendo.”
Rodrigues ainda explicou que todos os “avivamentos” têm começo, meio e fim. “Não é sobre aquele povo reunido, mas sobre o fruto que se dará após aquela reunião”, finalizou.
Fonte: revistaoeste