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Arqueólogos descobrem antigas cidades maias com ‘super rodovias’

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Arqueólogos anunciaram, na segunda-feira 16, a descoberta de uma rede de estradas, edifícios e assentamentos no de La Cuenca Mirador Calakmul, entre o norte da Guatemala e o sul do México. Os especialistas dizem que as rodovias, marcadas e pintadas com cal, atingiam 40 metros de largura e cerca de 177 quilômetros de extensão.

Os arqueólogos encontraram 775 sítios em 2015, que, somados aos 189 novos sítios, resultam em quase mil assentamentos maias, como casas, estruturas e campos de lazer. Com as estradas descobertas, os sítios faziam parte de um Estado político.

Segundo os pesquisadores, a descoberta revela detalhes do modo de e da organização dos maias na região e mostra que os assentamentos podem estar ligados à provável primeira rede rodoviária do mundo. As descobertas foram publicadas na revista norte-americana Ancient Mesoamerica.

Em nota à imprensa, a Fundação Fares, uma das financiadoras do projeto, informou que “a maioria dos locais data dos períodos pré-clássico médio e tardio, por volta de 1000 a.C., até pouco depois da época de Cristo”.

Como os arqueólogos realizaram as descobertas

Segundo o arqueólogo norte-americano Richard Hansen, responsável pelas pesquisas há décadas e diretor do projeto Mirador, as estruturas foram construídas em uma das poucas florestas tropicais remanescentes na região.

Para identificar os assentamentos, foi utilizada a tecnologia LiDAR, que usa aviões para disparar pulsos de luz na floresta densa. Esse método permite que os especialistas vejam além da vegetação e mapeiem estruturas antigas que estão abaixo.

“As imagens permitiram ver os locais na sua totalidade — cada estrada, sítio, reservatório, campos agrícolas de grande escala, currais onde guardavam carne em nível industrial, formação de sistemas agrícolas e pântanos”, disse Hansen. O arqueólogo explicou que as observações permitiram aos cientistas saber como os maias construíram seus sistemas agrícolas para manter sua população.

María Belén Méndez, arqueóloga e doutora em Estudos Mesoamericanos, que faz parte do projeto de Hansen, acredita que as informações disponíveis são preliminares e que mais estudos são necessários para “comprovar” se as descobertas pertencem ao mesmo período dos maias que habitavam no local.

“Pode-se da descoberta de várias estradas, mas não se sabe se são todas contemporâneas, se foram construídas ao mesmo tempo”, explicou Méndez. A arqueóloga disse que as construções são importantes para mostrarem um padrão arquitetônico, no período pré-clássico, e detalham algumas estruturas usadas como observatórios astronômicos.

A planejadora da equipe e especialista em LiDAR, Josephine Thompson, explicou que os maias projetavam construções, prédios e estradas como engenheiros, visto que “calcularam como construir suas estradas, ter água e suas áreas residenciais”.

Fonte: revistaoeste

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