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Aliança reforçada: China e Rússia unem forças diante do avanço russo na Ucrânia

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Os líderes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, respectivamente, fortaleceram sua aliança estratégica em meio ao avanço das tropas russas na Ucrânia. Durante a segunda visita de Putin à China em 18 meses, ele foi calorosamente recebido por Xi. Putin chegou à China na quarta-feira 15 e ficou por dois dias no país.

Com Moscou sob sanções ocidentais, o governo russo busca apoio econômico e militar de Pequim, que por sua vez, está interessada na energia russa a preços reduzidos e no apoio para suas ações em Taiwan. Ambos, conforme informa o Correio Braziliense, anunciaram o reforço dos laços militares, com a realização de exercícios conjuntos.

Xi destacou que a relação entre China e Rússia é crucial tanto para os países quanto para os povos, e contribui para a paz global. Ele ressaltou a importância de valorizar e cultivar a cooperação bilateral, que segundo o líder chinês, é um pilar de estabilidade no cenário internacional. Putin agradeceu a Xi por suas iniciativas de paz no conflito ucraniano.

A visita de Putin a Pequim foi recebida com ceticismo por Washington. Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado americano, criticou a China por apoiar a Rússia, a qual ele descreveu como uma grande ameaça à segurança europeia devido ao seu ataque à Ucrânia. Patel alertou que o apoio da China à indústria de defesa russa ameaça a segurança europeia.

Elizabeth A. Wishnick, pesquisadora da Universidade Columbia, em declaração ao Correio, observou que Xi e Putin prometeram fortalecer os laços militares, mas não apresentaram novos detalhes sobre a cooperação em defesa. Ela interpretou isso como uma resposta retórica às pressões para que a China pare de apoiar a guerra russa na Ucrânia e uma tentativa de Putin de demonstrar que ainda possui aliados significativos.

Desafios e críticas à cooperação militar entre China e Rússia

Wishnick também comentou sobre a incerteza de como a Rússia expandirá os exercícios militares com a China, já que a maioria de seus equipamentos está em uso na Ucrânia. Ela mencionou que um recente desfile militar em Moscou exibiu apenas um tanque da Segunda Guerra Mundial, e até o momento, não houve anúncios de novas vendas de armas russas para a China ou atualizações sobre planos de coprodução.

Além disso, Wishnick explicou que a China, ao buscar um papel mais ativo na geopolítica global, vê as críticas do Departamento de Estado americano como um lembrete de que liderança global vem com responsabilidades. A especialista notou que na declaração conjunta sino-russa recentemente assinada, a “ordem baseada em regras” foi mencionada de forma negativa.

Wishnick avaliou que Xi e Putin, mesmo após serem reeleitos, estão preocupados com a sobrevivência política e buscam apoio mútuo para suas ambições autoritárias internas.

Natasha Kuhrt, especialista do King’s College London, mencionou, ao Correio, que Xi e Putin discutem há tempos a cooperação militar. Embora não exista uma aliança formal, o que impede a interoperabilidade, a China continuará a fornecer tecnologia de dupla utilização à Rússia, o que tem sido parte de um eixo anti-EUA, apesar da China ainda estar integrada à economia global de forma mais cuidadosa que a Rússia.

Carol R. Saivetz, do, destacou, para o jornal, que Rússia e China compartilham interesses comuns na oposição à ordem internacional liberal liderada pelos EUA.

A guerra na Ucrânia aproximou ainda mais os dois países, com a Rússia desesperada pela tecnologia de dupla utilização chinesa e a China busca adquirir grandes quantidades de energia russa a preços reduzidos. Mesmo que Pequim não tenha vendido armas para Moscou até o momento.

Fonte: revistaoeste

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