A Maersk, gigante do transporte de contêineres, afirmou que vai desviar todos seus navios das rotas do Mar Vermelho para o redor do Cabo da Boa Esperança, no sul da África, por “tempo indeterminado”.
A empresa informou a decisão na última semana. A companhia alertou seus clientes para se prepararem para uma grande interrupção.
Transportadoras de todo o mundo estão se afastando do Mar Vermelho depois de os terroristas houthis — grupo que atua no Iêmen e tem apoio do Irã — atacarem navios na região do Golfo de Aden, entre Etiópia (África) e Iêmen (Oriente Médio), para mostrar apoio ao grupo Hamas.
A região do Mar Vermelho é importante para o comércio marítimo global, pois detém a rota mais curta para navios cruzarem da Ásia para a Europa.
O trajeto ao redor da África, pelo Cabo da Boa Esperança, pode adicionar cerca de dez dias às viagens, além de precisar de mais combustível e tempo de tripulação. Aumentam-se, assim, os custos de transporte.
A Maersk, originária da Dinamarca, havia dito no início desta semana que pausaria todos os navios destinados ao Mar Vermelho depois de um ataque a um de seus navios por militantes houthis.
Desde então, a dinamarquesa começou a redirecionar navios ao redor da África.
“A situação está em constante evolução e permanece altamente volátil, e todas as informações disponíveis confirmam que o risco de segurança continua em um nível significativamente elevado”, informou a Maersk na sexta-feira.
Como resultado, a empresa desviará todos seus navios ao redor do Cabo da Boa Esperança “por tempo indeterminado”.
Ataques de militantes houthis do Iêmen a navios no Mar Vermelho estão perturbando o comércio marítimo através do Canal de Suez.
Alguns navios já foram redirecionados para uma rota Leste-Oeste muito mais longa via extremidade sul da África.
Em 19 de dezembro, os Estados Unidos lançaram uma operação multinacional para tentar proteger o comércio no Mar Vermelho.
Apesar disso, muitas empresas de navegação e proprietários de cargas ainda estão desviando navios ao redor da África por causa dos ataques contínuos.
Em 29 de dezembro, a Maersk redirecionou quatro navios de contêineres com destino ao sul que já haviam passado pelo Canal de Suez.
“Enquanto continuamos a esperar por uma resolução sustentável no futuro próximo e fazemos tudo o que podemos para contribuir para isso”, afirmou a empresa. “Incentivamos os clientes a se prepararem para as complicações na área persistirem e haver interrupção significativa na rede global.”
O Canal de Suez, que interliga o Golfo de Aden ao Mar Vermelho, é utilizado por cerca um terço do transporte de contêineres globais. Redirecionar navios ao redor da ponta sul da África deve custar até US$ 1 milhão a mais em combustível para cada viagem de ida e volta entre a Ásia e o norte da Europa.
Fonte: revistaoeste