O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, afirmou nesta sexta-feira, 16, que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) podem remover alguns obstáculos do processo de entrada da Ucrânia na aliança militar ocidental. A declaração ocorre semanas antes de uma cúpula entre os países membros, que visa superar diferenças internas sobre a adesão de Kiev ao grupo.
Nos últimos dias, surgiram rumores de que os Estados Unidos poderiam permitir que a Ucrânia não precise passar por um processo de candidatura formal, exigido de outras nações no passado. Comentando o caso, o ministro alemão se mostrou aberto à possibilidade.
“Há sinais crescentes de que todos serão capazes de concordar com isso”, disse Pistorius. “Eu estaria aberto para isso.”
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O jornal americano The Washington Post informou na quinta-feira 15, que Washington deu apoio provisório a um plano que removeria barreiras à entrada da Ucrânia na Otan, mas sem estabelecer ainda um cronograma para sua admissão.
Citando um alto funcionário do governo, o Post disse que Washington estaria “confortável” com uma proposta do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que permitiria a Kiev contornar o chamado Plano de Ação de Adesão (MAP) da aliança.
Desde 1999, a maioria dos países que têm a pretensão de aderir à aliança entraram no programa, cujo objetivo é ajudar os candidatos a cumprirem certo critérios políticos, econômicos e militares. Ao encurtar o processo, os Estados Unidos esperam superar as divisões entre os países membros sobre o ingresso da Ucrânia na aliança.
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No entanto, mesmo com essa proposta, a Ucrânia ainda teria que realizar algumas reformas. Além disso, ao contrário dos desejos dos aliados do Leste Europeu, o avanço ainda não estabeleceria um prazo específico para a adesão de Kiev.
Em sua cúpula de Bucareste em 2008, a Otan concordou que a Ucrânia acabaria eventualmente se juntando à aliança. Porém, até então não foram dados passos concretos para trazer Kiev para o grupo, causa defendida o pelos países do Leste Europeu e pelos próprios ucranianos, muitos dos quais estão mais próximos ou dividem fronteiras com a Rússia, vista como ameaça.
Fonte: Veja