A Airbus, empresa europeia de fabricação de aeronaves, anunciou nesta segunda-feira, 19, a maior venda da história do segmento em número de aviões. A negociação envolve a companhia indiana low cost IndiGo, que fez um pedido de 500 modelos A320neo — modelo mais moderno da categoria para voos de curta e média duração. Analistas afirmam que a aquisição das aeronaves pelo país asiático é a confirmação da Índia como potência emergente na aviação comercial.
Essa é a segunda grande compra de aviões anunciada por empresas indianas. No início deste ano, a Air India, gerida pelo megagrupo industrial Tata, fez a maior compra do mercado, com 470 veículos, divididos entre a Airbus e sua maior concorrente, a americana Boeing.
Anúncio da compra
A oficialização da aquisição dos aviões foi feita na abertura do Paris Air Show, uma das principais vitrines do setor aeroespacial do mundo. O evento bienal voltou a ser realizado na capital da França depois do fim das restrições causadas pela pandemia de covid-19.
O negócio com a empresa europeia foi confirmado dias antes da visita do premiê indiano, Narendra Modi, aos Estados Unidos. É esperado que diversos contratos sejam assinados entre as duas nações, principalmente na área de defesa.
Com o anúncio de hoje, a Índia passa a ter um papel central no crescimento do setor aéreo mundial. Embora tenha havido a divulgação oficial de valores do negócio, estima-se que o acordo da Air India, que envolve a Airbus e a Boeing, tenha sido por volta das US$ 70 bilhões. Já a nova aquisição deve ficar na casa dos US$ 50 bilhões — apenas de aeronaves da empresa europeia.
“Guerra” entre Airbus e Boeing
No ano passado, a Boeing vendeu 40% a mais em comparação a 2021. Já a Airbus teve um crescimento discreto, de apenas 8%. A empresa europeia — que tem entre seus principais acionistas os Estados da França e Alemanha, com 10,9% do total de ações ordinárias (que dão direito a voto) — dominou o mercado mundial em 2022, quando forneceu ao mercado 661 novos aviões, ante os 480 entregues pela Boeing.
Os norte-americanos vêm, entretanto, demonstrando crescimento elevado depois da recuperação da grave crise que afetou o modelo 737 MAX — forçando a empresa a manter toda sua frota 20 meses no chão devido a problemas técnicos.
O crescimento e o fechamento de novos negócios que envolvem as duas empresas são sinais da retomada do crescimento do mercado depois do auge da pandemia, de 2020 a 2021, que prejudicou o setor aeronáutico em todo o mundo.
Fonte: revistaoeste