O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) analisou o momento político no qual o país vive e afirmou que “os ventos mudaram”. Neves é ex-governador de , ex-senador e ex-presidenciável.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o tucano declarou que observa um movimento de migração para o centro. Essa dinâmica contrasta com o fortalecimento da direita e esquerda registrado nas eleições de 2018 e 2022.
Ele comentou o resultado das eleições municipais deste ano, que trouxeram vitórias para partidos de centro. Candidatos do PT e de Jair Bolsonaro enfrentaram dificuldades.
Neves defendeu maior diálogo do com setores que rejeitam tanto Lula quanto Bolsonaro. O político também sugeriu conversar com partidos que apoiam o governo petista apenas por pragmatismo. Ele expressou a esperança de que os “extremos” percam força.
“Pode ser uma utopia, mas minha esperança é que os extremos percam força”, disse. “E aí temos que estar posicionados para reunificar essas forças no centro, aquelas mesmas que me fizeram quase vencer as eleições de 2014.”
Aécio Neves diz que não é o momento para discutir candidaturas presidenciais
O deputado argumentou que não é o momento para discutir candidaturas presidenciais. Ele acredita que isso pode atrapalhar as negociações.
“No final de 2025 ou no início de 2026, vamos ver o que conseguimos de musculatura, quem é o nome que aparece com maior viabilidade para representar essa alternativa”, disse ao falar sobre possíveis presidenciáveis. “Pode ser do PSDB, mas pode não ser do PSDB.”
Parlamentar criticou João Dória
O parlamentar criticou o desempenho do partido em 2022, que atribui ao “egocentrismo” de João Doria. Ele destacou a necessidade de alianças para um projeto eleitoral viável.
“A megalomania e o egocentrismo do ex-governador levaram à maior derrocada da história do PSDB”, criticou Neves. “Pouco importava o desfecho da candidatura da Simone. Eles queriam eleger o Rodrigo Garcia em São Paulo, que hoje nem no partido está mais.”
O deputado enfatizou que não é preciso escolher entre Lula e . Ele defendeu uma posição crítica a ambos.
“Você pode ser contra um e contra outro, como eu sou”, disse o político. “Ou sucumbe a um dos dois.”
Apesar de Aécio Neves tentar construir a imagem do PSDB, o partido está prestes a desaparecer no Estado em que foi fundado, conforme noticiou O PSDB, que elegeu 180 prefeitos em 2020, terá apenas 22 em 2025.
De acordo com Elton Gomes, cientista político e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o principal desafio do PSDB atualmente é o seu próprio comando, o que pode levá-lo a ser absorvido por outro partido.
“O PSDB enfrenta atualmente uma profunda escassez de lideranças, o que, na minha opinião, torna mais provável que ele seja absorvido por outra legenda do que passar por uma fusão formal”, disse o analista. “O partido parece estar caminhando para uma extinção natural, em razão da falta de capacidade organizacional, bem como à escassez de recursos humanos, materiais e políticos necessários para sua sobrevivência.”
Fonte: revistaoeste
