O presidente da , Emmanuel Macron, concedeu a principal medalha de honra de sua nação a na quarta-feira 8, durante uma visita do líder ucraniano a Paris. A “Legião de Honra”, criada por Napoleão Bonaparte, em 1802, é a mais alta ordem de mérito francesa que há, tanto civil quanto militar, e foi uma bela homenagem durante a turnê de dois dias de Zelensky pela Europa, afim de agradecer pelo apoio dos aliados – e pedir mais armas.
O problema: o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu exatamente a mesma medalha em 2006, pelo então presidente Jacques Chirac.
No período da homenagem, as relações entre França e Rússia eram consideravelmente mais amigáveis, mas a impactou severamente os laços. Além de condenar a guerra, Macron impôs duras sanções econômicas a Moscou, ao lado da União Europeia.
Um pouco mais brando que os Estados Unidos e o Reino Unido, o presidente francês ainda tentou negociar com Putin sobre um possível cessar-fogo no conflito, mas não teve sucesso. Macron também disse que era necessário que a Rússia não fosse humilhada pela invasão, o que gerou críticas por parte do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia.
A lista de líderes controversos que receberam a Legião de Honra não acaba em Putin. Bashar al-Assad, presidente da Síria, recebeu a medalha de Chirac em 2001, depois que assumiu o poder após a morte de seu pai, Hafez al-Assad. Em 2018, o líder sírio devolveu a medalha, dizendo que não usaria o prêmio de um “escravo dos Estados Unidos”.
O ex-príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Nayef também recebeu a medalha, em 2016, das mãos do ex-presidente François Hollande. Nayef foi reconhecido pelos “esforços na luta contra o terrorismo e o extremismo”, logo depois que o líder francês condenou as execuções em massa na Arábia Saudita.
Agora, contudo, Macron estuda destituir Putin da honraria, afirmando que está “esperando pelo momento mais oportuno” para realizar o gesto “simbólico”. O russo não seria o primeiro: o presidente francês tirou a medalha do empresário de Hollywood Harvey Weinstein, depois de uma série de acusações de assédio sexual e estupro que resultaram no movimento “Me Too”.
Fonte: Veja