Economia circular: você vai conhecer exemplos de moda sustentável em Campo Grande e o impacto que esse modelo de negócio traz para o meio ambiente.
🎧 Ouça abaixo reportagem especial da Morena FM:
Ela está presente em diversos setores. Muito mais que “estar na moda”, a economia circular aparece quando alguém compra ou vende roupas em um brechó, por exemplo, ou quando alguém utiliza embalagens retornáveis. A consultora de imagem Milena Cássia diz que cerca de 60% de seu guarda-roupa são peças de brechó.
“Vale super à pena e também pensando nessa parte da sustentabilidade. O que pode estar parado pra você no seu guarda-roupa pode fazer sentido pra outra pessoa e ela vai usar muito mais. Então esse desapego é importante também.”
Mas como achar tesouros em um brechó? Nós saímos com uma missão e a Milena Cássia foi junto.
“Uma peça, na verdade, que você pagaria lá na loja uns 400 reais aqui você encontra pela metade do preço. Eu fiz uma seleção de umas peças em um preço mais em conta. Então eu peguei um shortinho, que ele é num tom de lilás, de alfaiataria, tem alguns botõezinhos na frente, umas preguinhas, então ele está bem moderninho, pelo valor de [R$] 39,90, também é um tecido de linho. E aí eu peguei um cropped, não muito curtinho, na altura da cintura mesmo do short, pelo valor de [R$] 49,90, que ele é de modal, no mesmo tom, então daria para montar ali um look tom sobre tom ou monocromático que ficaria bem legal. E aí eu selecionei um outro croppedzinho também, compridinho assim, num tom de verde-água, porque ele combina com lilás, então já dá para fazer uma combinação cromática bacana.”
Inclusão e sustentabilidade é o carro-chefe da marca Bocaiúva Moda Inclusiva. O cofundador Eduardo Alves, de 32 anos, diz que o objetivo do empreendimento, criado há 8 anos na capital sul-mato-grossense, proporciona educação e qualificação profissional para marcas e estudantes interessados em desenvolver produtos para pessoas com deficiência, além de produzir peças de roupa com adaptações que facilitem o dia a dia dessas pessoas.
“A gente trabalha com a modelagem Zero Waste, que é uma modelagem que vai ter ali um aproveitamento melhor da matéria-prima, então ela tem menos desperdício.”
As designers de moda Júlia Delphino e Luane Sales são sócias de Eduardo. O trio chegou a conquistar espaço no maior evento nacional de moda: o “Festival São Paulo Fashion Week + Regeneração”, que durou uma semana e contou com uma edição potente em movimento de economia criativa e colaborativa. Até as etiquetas da marca são sustentáveis.
“As nossas tags são feitas no papel semente. Então, depois que o cliente comprou a peça, ele tem ali um histórico falando um pouquinho sobre a história da peça. E aí, para descartar, ele vai picar esse papel semente, vai colocar na terra, vai regar, e aí vai nascer. Nossas tags têm semente de pimenta biquinho. Então, a partir de uma ou duas semanas, já começa a nascer o brotinho de pimenta biquinho”, explicou Eduardo Alves.
A Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) realizou, em 2022, um desafio em parceria com a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), com premiação de dez equipes com R$ 1 milhão para desenvolver soluções inovadoras no estado. A startup “Costurando Sonhos” ficou em quarto lugar com um projeto de logística reversa eficiente e sustentável para a indústria da confecção em Mato Grosso do Sul.
“Depois do projeto, além do meio ambiente também ganhar, né, desde o início já do projeto hoje a nossa linha de produção aumentou. Hoje o nosso nicho que tá sendo o pet, né, que é caminha pet, roupinha pet, tá saindo assim de uma beleza que você não tá entendendo. Dobrou 100% em cima do que era antes em questão de valor, em questão de entrada, de retorno financeiro”, destacou a empresária Tatiana Jarcen.
A indústria da moda é altamente poluente e a economia circular vem num viés de tentar reduzir esses impactos ambientais, conforme explica o economista Michel Martinez.
“Trabalha muito algumas questões como: a reutilização, a reciclagem, a manutenção, a remanufatura. E isso faz com que os brechós, dentro desse segmento, sejam um elo. Isso faz com que os impactos, principalmente de sustentabilidade, sejam reduzidos nesse segmento.”
É sustentável, lucrativo. E não é só a geração de Eduardo, Luane, Julia, Milena, Tatiane e Michel que agradecem não, e sim todo um planeta.
Fonte: primeirapagina
