O presidente participou, nesta sexta-feira, 7, de uma solenidade de em Campo do Meio, no sul de Minas Gerais. Sob aplausos de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o petista reafirmou seu apoio ao grupo e disse que não esquece dos seus “amigos”.
“Todo mundo sabe que tenho lado, que, quando terminar meu mandato, vou voltar para a minha casa”, disse Lula. “Não vou para Paris, não vou para Londres, não vou para os Estados Unidos. Vou voltar para a minha casa. E quem serão meus amigos depois que eu deixar a Presidência são vocês, que vieram na vigília [enquanto o petista esteve preso pela Lava Jato] dar bom dia, boa tarde, boa noite. Nunca esqueço quem são meus amigos, e é para vocês que tenho de governar este país.”
Ao lado da primeira-dama Janja, o presidente declarou que deve sua eleição “ao povo brasileiro”, e não a “grandes empresários” nem a “aristocratas”. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também participou.
Assista à solenidade completa abaixo:
Na solenidade, Lula também falou sobre suas promessas de campanha que envolvem a reforma agrária. Ele disse que em 2025 “não tem choradeira” e que tem de entregar o que prometeu.
O presidente anunciou a desapropriação de uma antiga usina de cana-de-açúcar, além da entrega de mais de 12 lotes em 138 assentamentos distribuídos por 14 Estados. As medidas fazem parte do programa Terra da Gente, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Lula assinou sete decretos de interesse social para fins de reforma agrária, somando 13,3 mil hectares e R$ 189 milhões em investimentos, com potencial de atender cerca de 800 famílias.
O governo federal anunciou R$ 1,6 bilhão para o programa Crédito Instalação em 2025, destinado à habitação, ao apoio inicial e ao incentivo a jovens e mulheres na reforma agrária.
Também será liberada a segunda rodada do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) A, com crédito de até R$ 50 mil. O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) receberá R$ 48 milhões.
As medidas são uma reação do governo federal às frequentes ameaças que o MST tem feito. A principal é a de realizar o “Abril Vermelho” — aumento das invasões de terra — caso os assentamentos não fossem entregues no ritmo esperado. No ano passado, as ocupações cresceram 150%, em relação a 2023, passando de 14 para 35.
Fonte: revistaoeste
