Uma cerimônia que faz parte da tradição do povo Nambikwara há séculos e marca a transição da infância para a vida adulta das mulheres resiste ao tempo em Mato Grosso.
Para mostrar toda a importância e o significado do ritual da Menina Moça para o povo Nambikwara, o Instituto Amazonas produziu documentário que mostra a cerimônia.
O ritual é realizado quando a jovem passa pelo seu primeiro ciclo menstrual. Nesse momento, ela é conduzida a uma construção circular chamada “tamuio”, onde fica reclusa.
Para os Nambikwara, o Tamuio simboliza o casulo onde a borboleta aguarda sua completa transformação para a fase adulta.
Durante esse período de reclusão, a jovem recebe orientações e instruções das mulheres de sua família e da comunidade, e se prepara para desempenhar as responsabilidades das mulheres adultas de sua etnia.
Além disso, as meninas não param com os estudos, como explica o pajé Ezequiel Nambikwara Kithãulu.
“Aqui nessa casa (Tamuio) elas vivem, mas principalmente continuam na escola. Os professores entregam nas mãos delas (as tarefas), para a continuidade dos estudos”, fala o pajé.
Conforme a liderança, todas as pessoas da comunidade se envolvem no evento. No dia da cerimônia cantos são entoados, ressoam-se flautas, danças, competições esportivas e todos celebram a transição das meninas. Documentário pode ser visto logo abaixo:
Um dos desafios enfrentados para a execução do ritual, foi o deslocamento das aldeias indígenas para o local de realização da cerimônia Nambikwara, já que muitos estão em locais distantes.
Para auxiliar nessa logística de transporte, o projeto Waindxisu do Rem viabilizou o deslocamento de 763 indígenas das comunidades Kithãnlu, Cascalheira, Duas Pontes, Najá, Manduca, Davi, Mutum, Barracão Queimado, Água Verde, Chapada Azul e Estrela até a aldeia Figueirinha, local onde ocorreu o 1º Waindxisu – Ritual da Menina Moça, com a participação de mais de 1.200 indígenas e convidados.
Fonte: primeirapagina