A agroecologia tem se consolidado como único modelo viável para a agricultura no Brasil, promovendo a sustentabilidade e a inclusão social, especialmente na agricultura familiar. Em Mato Grosso, apesar da predominância do agronegócio, a agroecologia vem conquistando espaço e resistindo nos territórios, com práticas e manejos diferenciados que geram autonomia aos agricultores e a partir de organização e mobilização entre as comunidades e movimentos sociais.
Durante cinco dias, a população poderá conhecer um pouco desse universo, que integra a produção de alimentos saudáveis, livre de agrotóxicos, por meio de práticas ecológicas, respeitando os ecossistemas e promovendo a biodiversidade. O evento terá a participação de lideranças e organizações do movimento agroecológico, de diversas regiões de Mato Grosso.
Serão aproximadamente 200 participantes, entre agricultores, estudantes, quilombolas, indígenas, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, professores e pesquisadores. “É uma construção com bastante representatividade das populações de Mato Grosso que desenvolvem experiências agroecológicas, que lutam pela agroecologia, desde movimentos sociais, organizações da sociedade civil, assim como instituições públicas”, explica Valdeir Souza, da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/MT) e membro da organização do evento.
Para Herman Oliveira, um dos coordenadores do projeto, um dos principais objetivos do evento é dar visibilidade ao tema, aos protagonistas envolvidos e mostrar a força da agroecologia. A mobilização visa envolver a sociedade da capital e fortalecer a agroecologia, buscando principalmente maior estruturação e incentivo às políticas públicas voltadas à agroecologia em Mato Grosso.
“É um momento de mostrar para a sociedade que não existe só o agronegócio. Existem centenas de práticas em todo o estado, de produção de comida de verdade, sem veneno. Existe esse caminho de produção, que ao mesmo tempo se propõe à manutenção sustentável dos ecossistemas, e também possibilita a geração e distribuição de renda, e a manutenção da saúde da população, com comida de qualidade e com um preço justo”, sintetiza Oliveira.
A 2ª Semana da Agroecologia é construída via governança coletiva, envolvendo mais de 30 organizações da sociedade civil e instituições públicas. O evento é realizado pelo Instituto Caracol, viabilizado pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF), e conta com recursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Lúdio Cabral. Já a Feira Estadual da Reforma Agrária, que também integra a programação, faz parte da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária da UFMT, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
Mais informações podem ser obtidas via conta da 2ª Semana da Agroecologia no Instagram.
Fonte: leiagora