Calma, calma, que isso não é um spoiler, mas, sinto muito lhe informar, o filme em si é uma prévia… da vida! A primeira vista parece só mais uma animação com sacadas adultas demais ao provável público-alvo.
Mas, Divertidamente 2, que estreou nas telonas Brasil afora na última quinta-feira (20), é delicadamente um caminho para o autoperdão. E olha que eu detesto papo de autoajuda, hein.
Óbvio que os pequenos vão se encantar com o colorido dos personagens e é uma ótima oportunidade para inserir o tema na roda de conversa da família, mas o enredo, ah gente, o enredo cai como uma luva aos, 20, 30, 40+.
São coisas que a gente já percebe e até sabe, só que a dona Disney literalmente desenhou para nós e, de quebra, colocou os dubladores mais sensacionais que poderia!
O filme agora trata da virada de chave da protagonista Riley que acaba de completar 13 anos. Da noite para o dia a menina entra na puberdade e pimba, novos sentimentos aparecem. Estes não tão “simples” quanto os que sempre habitaram aquele pequeno corpo.
O grupo formado pela Tristeza, Raiva, Medo e liderado pela Alegria, agora tem de conviver com os recém-chegados: Tédio, Vergonha, inveja e a antagonista Ansiedade. A Nojinho também embarca na aventura, mas como se tivesse chegado um pouco antes.
E aí é que entra a nossa parte. Riley se vê num cenário de reconstrução de personalidade, desta vez regida por uma dupla que a gente refuta absolutamente: inveja e ansiedade.
Então, na pressão da vida que caminha à responsabilidade, a adolescente vacila e vê se eu antigo se perder.
As convicções de criança agora dão espaço aos questionamentos de como se comportar no coletivo, como ser aceita. O desenrolar da história conduz para a vilania da Ansiedade. Mas, sem querer contar o fim, ninguém vence.
Os sentimentos entram em batalha e o resultado é que somos formados por um emaranhado deles, o ponto é o equilíbrio.
Mais que isso, saber abraçar as angústias quando tudo sair do controle. Importante para mim, você e nossos filhos é saber que absolutamente ninguém é perfeito. Não existe imunidade quando se trata de ser humano.
Não sei como parar a ansiedade. Talvez seja isso que acontece quando você cresce, você sente menos alegria
Alegria em Divertidamente 2.
É aí que a ficha cai e a gente percebe que as memórias ruins não podem ser enfiadas num limbo, elas também fazem parte daquilo que reflete no espelho todo santo dia quando nos levantamos. A ansiedade não pode ser protagonista, nunca. Mas ela tem papel nessa trama, cabe a nós moldá-la.
O que faz de nós boas pessoas? A disponibilidade em pelo menos tentar.
Ainda não foi ao cinema? Vá. E leve um lencinho, mesmo que o rolê seja só pra levar sua criança para assistir mais uma animação. Ela vai rir e você, provavelmente, fungar e isso também faz parte!
Fonte: primeirapagina
