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Nelly Winter: a primeira escritora drag queen de MT que está agitando festas

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A drag queen cuiabana Winter, iniciou a sua carreira como animadora de em 2021. Quando estava para finalizar a faculdade, deu uma pausa para focar na graduação. Com o término do curso, começou a sua segunda graduação em Publicidade e Propaganda. À época, ela chegava a realizar seis shows por final de semana. Assim, por 10 anos trabalhando como drag, conseguiu pagar as suas contas e seus estudos.

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Drag queen Nelly Winter é escritora — Foto: /

Na pandemia, o publicitário Thon Silva, responsável pela criação artística e performática de Nelly, começou a escrever seu primeiro livro, chamado “O ”, um romance que conta a história de um menino que foi abusado dos 5 aos 14 anos. O objetivo do livro era conversar com pais e professores sobre o tema, que muitas vezes não é percebido. Quando apresentou para a editora, veio a ideia de assinar o livro como uma drag queen, para ter mais visibilidade.

“Eu estudei as possibilidades e voltei a fazer apresentações como drag justamente para este livro. Porém, em outra conversa o com a editora, decidi não lançar “O Abuso”, e sim preparar o território com outras obras, para que quando lançasse, ter um bom público. Em 2022, veio minha 1ª publicação em antologia poética e meus primeiros poemas. Como drag, lancei o “Versa – Bardos em Linhas”.

Nelly Winter também já participou de outras obras poéticas, como “Rimas – versas e bardos”, “Drag Queens – arte, cultura e sociedade” e “Menestrel – Bardos, versos e rimas”. São quatro obras realizadas em parceria com outras escritoras, mas o seu quinto livro: “Somos Coloridos – Guia de Letramento LGBTQIAPN+”, tem um gostinho especial, pois é o primeiro que lança individualmente.

O lançamento da obra foi na 27ª edição da Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, realizado em setembro. Nesta quarta-feira (2), haverá um lançamento também em Cuiabá, e a noite de autógrafos será no Cine Teatro.

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Livro “Somos Coloridos – Guia de Letramento LGBTQIAPN+”. (Foto: Divulgação)

“O Cine Teatro Cuiabá é minha casa cultural, onde já realizei alguns eventos e lançamentos. O livro nasce de várias situações, um delas conta quando me senti discriminada. Quero que as pessoas entendam que a comunidade LGBTQIAPN+ tem os mesmo direitos. Não há nenhuma diferença. Quando não posso entrar em um espaço por ser uma drag queen, as pessoas não sabem o que é se sentir assim”.

Thon explica que, apesar de toda informação, ainda é confundido como se fosse uma mulher trans. “Se relaciona ao fato de eu fazer uma drag, a uma orientação sexual e identidade de gênero, e isso está totalmente equivocado. Aconteceram situações de eu ser tratado como mulher trans, e eu corrijo e explico a diferença entre uma drag, mulher trans e travesti”.

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A obra busca desconstruir estereótipos da comunidade. (Foto: Reprodução)

O livro, segunda ele, tem a intenção de desconstruir estereótipos e ensinar termos, além de discutir temas ligados à educação, saúde, segurança pública, respeito e igualdade.

“Não tenho mais esse medo de ser censurado. Por mais que Mato Grosso seja um estado conservador, eu tenho muito apoio aqui, muitas pessoas consomem o que escrevo, que não tem nada vulgar. Então, eu saio um pouco do padrão de balada LGBT. Me arriscaria dizer que sou uma drag intelectual, pelo espaços que eu estive e o público que está comigo. Temos ótimas artistas também no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, e só precisam de espaço.

Fonte: primeirapagina

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