Parte da direção estadual do MST, Itelvina Mazioli, reforça que os alimentos servidos aos homens, mulheres e crianças no local não possuem agrotóxicos e foram produzidos pela agricultura familiar em dezenas de assentamentos rurais no interior de Mato Grosso.
“Para ter esse alimento aqui hoje, muitos tivemos que ocupar o latifúndio improdutivo, tivemos que sofrer despejo, muitas vezes vidas foram ceifadas, ressistência na beira dos acampamentos e estradas. Anos e anos e anos, para hoje essa terra, fruto da luta e da resistência, com o trabalho de homens e mulheres, produz o fruto, produz o alimento. Mas não é qualquer alimento, é um alimento saudável, livre de agrotóxicos. Por isso é uma tarde importante, tarde de partilha, porque aqui com o nosso alimento, queremos apresentar que vivemos dois grandes projetos de disputa no campo”.
Itelvina explica que, de um lado, o agronegócio “contamina o subsolo e produz mercadorias”. “Soja, milho e algodão são commodities do agronegócio. A maioria dessas mercadorias são importadas para fora do nosso país”.
“Do outro lado estamos nós: os camponeses, pequenos agricultores e agricultoras, ribeirinhos, quilombolas, comunidades tradicionais e povos indígenas que estamos desse outro lado em um projeto de vida, da agroecologia, de produzir o alimento saudável, de cuidar da terra, de cuidar das águas e de produzir relações respeitosas no campo entre seres humanos e natureza”, contínua.
Também da direção estadual do MST, Valdeir Souza, reforma que a ideia do “Banquetaço do MST” é aproximar a população cuiabana da agricultura familiar. “A ideia é fazer uma degustação para que a população urbana e a sociedade cuiabana tenha a oportunidade de experimentar produtos vindos da agricultura familiar, produtos produzidos sem veneno, produzidos de forma agroecológica, produtos realmente saudáveis e que a sociedade deveria ter acesso”.
A Semana de Agroecologia chega à 2ª edição a partir desta terça-feira (3) com uma jornada de atividades, a programação inclui oficinas, mesas, rodas de conversa, feira da reforma agrária e apresentações culturais, destacando a importância de práticas agrícolas sustentáveis e a produção de alimentos saudáveis. A abertura será realizada na Assembleia Legislativa, às 9h.
No período da tarde iniciará a Feira Estadual da Reforma Agrária, na Praça Alencastro, a partir das 14h, conjuntamente acontecerá rodas de conversa e intervenção artística da Revista Jumto e apresentação do grupo Buriti Nagô. A Feira Estadual da Reforma Agrária é uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-MT) e do Grupo de Intercâmbio em Agroecologia (GIAS).
Na quarta-feira, a programação segue na Praça Alencastro, com o segundo e último dia da Feira Estadual da Reforma Agrária, das 08h às 20h, acontecendo novamente rodas de conversa e às 18h30 show de Gê Lacerda e às 19h10 tem intervenção artística da Revista Jumtos, tudo na Praça Alencastro.
Na quinta-feira (5), a programação começa com troca de sementes crioulas no estacionamento do Restaurante Universitário (RU) da UFMT, das 8h30 às 10h30. Na sequência tem oficinas, mesas, exibição de filmes no Cine Monjolo, apresentação do grupo de maracatu Buriti Nagô e show da cantora Estela Ceregati, às 20h30.
Na sexta-feira, as atividades também serão concentradas nas dependências da UFMT, com a Ecofeira, rodas de conversa, exibição de filmes e encerramento com show da banda Calorosa, às 19h30, no estacionamento do RU.
A programação completa pode ser acessada via conta da 2ª Semana da Agroecologia no Instagram: https://www.instagram.com/semanadaagroecologia/
Fonte: Olhar Direto