O sol ainda nem tinha aparecido quando os primeiros potes do bolo de Santo Antônio começaram a ser entregues nesta quinta-feira (13) em Campo Grande.
Entre os milhares de devotos, histórias de quem segue a tradição ano após ano eram entoadas; uma delas era a da artesã Jane de Moraes Pereira Soares, de 59 anos, que por sete anos consecutivos encontrou uma das alianças espalhadas para os fiéis que sonham com a bênção do santo casamenteiro.
Há doze anos Jane vai até a catedral de Campo Grande para pegar seu pedaço do bolo de Santo Antônio, padroeiro da capital, mas a história dela com o santo começou bem antes disso.
Hoje Jane tem 59 anos, 26 deles dedicados ao marido, Victor Hugo. Mas para encontrar o amor, a artesã contou com a oração da mãe e com a ajudinha de Santo Antônio.
O presente deu certo. Jane conheceu Victor e em três meses estava casada; como tinha que ser.
Ao longo dos anos, a artesã manteve o santo sempre por perto e há pouco mais de dez anos começou a frequentar as missas e procissões; o bolo veio junto com a tradição religiosa. Depois que encontrou a primeira, se acostumar a tirar a aliança todos os anos e foi assim sete vezes consecutivas. “Só no ano passado não peguei. Esse ano ainda não abri todos que comprei”.
Como já está casada, Jane vê as alianças como uma renovação dos votos feitos há 26 anos e por isso, criou a própria tradição com o marido.
Coloca a aliança encontrada aos pés da imagem de Santo Antônio que tem em um altar em casa, como forma de renovar os votos com o marido. Depois come o bolo junto com o amado. “Ele não gosta de bolo, mas eu falo que esse é diferente, é de Santo Antônio e ele tem que comer pelo menos uma colher para a gente ser abençoado por ele. E ai ele come. Sempre comemos juntos”.
A tradição que começou com Jane se enraizou no casal, e hoje quem pergunta do bolo é o próprio Victor. E nem o cansaço da rotina impede de ir até a catedral.
Na fila do bolo
Neste ano muita gente teve a mesma graça que Jane e conseguiu encontrar uma das 2 mil alianças distribuídas nos 15 mil potes de bolo produzidos na catedral.
Fabíola Falcão Pires também já é veterana, achou sete vezes, mas ainda não encontrou o seu par; mas para ela, cada ano renova a fé e esperança pelo casamento.
Fonte: primeirapagina