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No espetáculo, que será exibido de forma gratuita e tem classificação livre, a dança e o canto do siriri encenam a biodiversidade do Pantanal mato-grossense através das figuras alegóricas de alguns de seus principais bichos: a ema, o tuiuiú e a onça-pintada.
O tuiuiú é considerado a ave símbolo do Pantanal, a maior ave voadora. A ema, mesmo sem capacidade de voar, usa suas grandes asas para se equilibrar enquanto corre. A onça-pintada é o maior felino encontrado na região das Américas, assim como o maior carnívoro, habitando as margens do rio Paraguai, onde se tornou uma excelente nadadora.
Ao retratar festivamente essas três espécies, o espetáculo exibe a exuberância da natureza (no cenário, figurino, música e coreografia) e inspira nos espectadores o compromisso coletivo pela preservação dessas espécies e de vários outros animais da maior planície alagada do mundo.
A mensagem ganha ainda mais importância no contexto de mudanças climáticas que provocam graves incêndios no Pantanal. Somente em 2020, incêndios de alta intensidade queimaram mais de 30% do território do bioma, na porção brasileira. É o que aponta trabalho conduzido por cientistas do instituto nacional de pesquisas espaciais (Inpe).
O grupo
O grupo cultural É Bem Mato Grosso foi fundado em 2015 por Edson Garcia da Silva e Lucinete Cogo. Tornou-se uma associação em 2017. Atualmente, a entidade sem fins lucrativos atende aproximadamente 65 estudantes, na faixa etária de 12 a 18 anos, provenientes de escolas públicas do município.
Segundo Edson Garcia, que é professor de Artes em escolas públicas de Sapezal, desde seu nascimento como projeto pedagógico, o grupo tem como princípio investir, atualizar e valorizar as tradições mato-grossenses, no que se refere à música, culinária, folclore, religiosidade e os costumes populares, principalmente através do siriri.
“Nosso compromisso prioritário é ativar e desenvolver a cidadania dos jovens sapezalenses através de atividades culturais e comunitárias realizadas por meio de nossos projetos”, explicou o professor.
Coordenador do projeto, o historiador Márcio Grey Alexandre aponta que o desenvolvimento do espetáculo fortalece as cadeias produtivas locais, nos diversos segmentos culturais, gerando renda. “Temos o objetivo de estimular a expressão cultural dos diferentes grupos e comunidades que compõe a sociedade brasileira através da valorização, salvaguarda e atualização da tradição e cultura popular típica mato-grossense, no que se refere à música, dança e fauna”.
O público pode acompanhar as atividades do grupo cultural e ter mais informações sobre o espetáculo “Sapezal, cantando e dançando o Pantanal” pelo instagram É Bem Mato Grosso.
Siriri
O siriri é uma dança da região Centro-Oeste do Brasil, presente principalmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e faz parte das festas tradicionais e festejos religiosos. Como instrumentos musicais, acompanham a viola de cocho, o ganzá e o mocho.
A origem do termo siriri é incerta. Para alguns estudiosos vem da palavra otiriri, que designa um entremez do século XVIII, em Portugal. Outros acreditam expressar um tipo de cupins de asas.
Apoio
O grupo recebe atualmente o apoio da Prefeitura de Sapezal, que disponibiliza o espaço Pavilhão Comunitário Zeneuda Fontenelli, no bairro Popular, para realização das aulas e ensaios que acontecem quatro vezes por semana.
O espetáculo “Sapezal, cantando e dançando o Pantanal” tem apoio do Ministério da Cultura e do Grupo Bom Futuro.
Ficha técnica
Diretor Artístico: Edson Garcia
Gestão e prestação de contas: Cult Assessoria e Projetos Culturais
Comunicação Visual: Flávia Ferraro
Figurino e alegorias: Edi Produções Artísticas e Culturais