A partir desta segunda-feira (15) de abril, a GAV (Galeria de Artes Visuais) da UFMS inaugura a Exposição Coletiva “Liberdade Sempre”, em comemoração aos 50 anos da ‘Revolução dos Cravos’ em Portugal.
A mostra visa estimular a prática artística e promover reflexões críticas sobre o contexto específico, enriquecendo a comunidade acadêmica e garantindo a continuidade dos espaços de criação em liberdade.
A exposição é gratuita e ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 13h às 16h. “Liberdade Sempre” destaca os 50 anos do 25 de abril em Portugal, apresentando artistas comprometidos com posturas democráticas e transformadoras.
Local
Com curadoria de Agostinho Santos e a participação de artistas da Gaia – Cooperativa Cultural, de Portugal, a galeria estará aberta para visitação até 17 de maio, no Bloco 8 de Artes Visuais, na Cidade Universitária.
Revolução dos Cravos
O 25 de abril de 1974 também é conhecido por “Revolução dos cravos”, dia de ruptura política intensa ocasionada por militares portugueses que eram contra a guerra colonial. Apesar de nesse dia circularem muitos soldados e viaturas militares pelas ruas de Lisboa, em determinado momento floristas, que se encontravam entre os populares e assistiam às movimentações, começaram a distribuir cravos aos soldados e estes por sua vez os colocaram nas suas armas como símbolo de paz. O 25 de abril foi um movimento de grande solidariedade e comoção coletiva pela liberdade e pela paz.
Em 1974, Portugal rompeu com um regime autoritário que durou meio século, o dia 25 de abril foi o começo da democracia, grito de liberdade e o desejo de paz contra a guerra colonial. Antes do 25 de abril Portugal estava em guerra com vários países africanos, guerra colonial sangrenta desde 1961. Os horrores da guerra, mataram milhares de pessoas; portugueses, angolanos, moçambicanos e guineenses. O serviço militar era obrigatório para os homens, a juventude era convocada a ficar na guerra colonial por cinco e seis anos.
Muitos foram os portugueses que saíram clandestinamente de Portugal, por não concordarem com a guerra. Havia muitas proibições, não havia liberdade de expressão, a censura estava presente em tudo. As mulheres não podiam votar, não havia divórcio, o acesso à saúde era limitado, o ensino superior era para poucos, as condições de trabalho eram precárias para a maioria, os trabalhadores não tinham férias pagas, muitas e diversas restrições de comportamento eram impostas como ser proibido beijar alguém na rua e se o fizesse pagava multa, a homossexualidade era proibida, as restrições culturais eram imensas, todos os setores da sociedade portuguesa eram controlados, o país vivia fechado para o mundo.
O 25 de abril restituiu aos portugueses direitos fundamentais como o acesso à liberdade de expressão, justiça, saúde e educação, melhores condições de trabalho, estabeleceu a paridade de direitos e obrigações entre mulheres e homens, restituiu a possibilidade de votar, muitas outras questões foram conquistadas em democracia.
No universo da arte, muitos artistas das diferentes áreas de criação (música, teatro, cinema, literatura, poesia, artes plásticas) foram viver para outros países por não concordarem com o que se passava em Portugal antes do 25 de abril.
A participação dos artistas na vida cultural de cada país resulta em ampliação de horizontes, assim como na universidade o exercício da liberdade de pensamento e de produção de conhecimento é um desafio permanente.
Visitas guiadas
Para esse tipo de visita é necessário agendamento.
Contatos: (67) 3345-7591 (Secretaria dos cursos de Artes Visuais)
Prof. Dr. Isaac Camargo (67) 9811 03881
Profa. Dra. Simone Abreu
e-mail: gav.ufms@gmail.com
Fonte: primeirapagina