A estátua do poeta Manoel de Barros na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, entra em 2024 no terceiro ano seguido “mutilada”, sem um dos pés. O sumiço foi percebido em abril de 2021 e o conserto está por vir, ainda este ano.
Enquanto o novo pé não vem, Manoel de Barros segue paciente, sorrindo. Tal qual sua poesia, prescinde de entendimento.
O poeta sentado em seu banco, sem um dos pés, serve a cenários prosaicos, muito além das fotos posadas dos companheiros que aparecem ao longo dos amanheceres e anoiteceres no canteiro da avenida Afonso Pena, perto do cruzamento com a Rui Barbosa.
Neste primeiro dia de 2024, o repórter cinematográfico da TV Morena Marcus Vinnícius flagrou Manoel na função de abrigo.
De camiseta vermelha e calça jeans, o ocupante se espalhou pelo sofá e usou o colo do poeta de bronze para um descanso das pernas. Não acordou nem com o barulho dos carros e gentes, escassos no feriado de abertura do calendário anual.
A manhã de janeiro seguiu seu curso, com Manoel sorridente, acolhedor, sendo refúgio para quem, talvez, tenha exagerado um pouco na alvorada do novo ano.
Uma cena repleta de insignificâncias e desimportâncias, que só o poeta entenderia.
E o pé, quando virá?
Se os planos do governo darem certo, no próximo ano novo, a representação metálica de Manoel terá seu pé esquerdo de volta, considerando investimento de R$ 75 mil programado para que o artista plástico Ique Woitschach proceda o conserto da estátua.
É o previsto em contrato assinado no fim de 2023, com prazo de realização de seis meses.
Fonte: primeirapagina