Com muito samba no pé, a criançada se divertiu e animou a Passarela do Samba na primeira noite de desfiles das escolas de Samba de Campo Grande, na segunda-feira (12). Motivação a mais para o folião que também fez bonito e lotou as arquibancadas.
No primeiro dia de desfile, a região da Praça do Papa, na Vila Sobrinho, acolheu os integrantes de quatro das sete escolas de samba que vão desfilar, em 2024.
O grupo de 50 baixinhos representou a “Herdeiros do Samba”, primeira escola a entrar na avenida. Os pequenos fizeram parte de um enredo que levou um pouco das culturas oriental e africana para o Carnaval campo-grandense.
“A gente está levando uma história de um escravo que não teve nenhum momento, uma chance, entre os povos daquela época”, explicou a presidente da escola de samba, Jaqueline Teixeira da Silva.
Momento de muita alegria para a pequena Sara, de 8 anos, que há 6 meses ensaiava para pisar na avenida como rainha de bateria. “Tô imaginando que vou saber, ficar muito feliz e várias pessoas vão dar oi e tchau”.
E ela fez bonito! Os adultos também não decepcionaram. A escola “Cinderela”, apostou na história de Santos Dumont e no seu sonho de voar como enredo.
O famoso 14 Bis, avião construído pelo inventor em 12 de novembro de 1906, ganhou destaque logo no primeiro carro alegórico.
“Emoção demais, a gente nem tem palavra para falar. Eu saio há 15 anos na escola e me deram oportunidade de ser musa”, destacou Rosenilda Riquelme, que defendeu o posto de musa da escola pelo segundo ano consecutivo.
As mulheres tiveram destaque na “Unidos da Vila Carvalho” e na ala das empoderadas, a mensagem foi clara: mulheres, brilhem!
“Eu acredito que a gente incentiva as mulheres a se reconhecerem e se colocarem, sem medo de julgamentos. E Carnaval é arte, cultura e alegria, um momento muito especial”, pontuou administradora e dançarina Geany Machado Coelho, uma das integrantes da escola.
O amor, claro, também teve espaço na pista. E, para mostrar que é possível o Carnaval acabar no altar, a “Catedráticos do Samba” contou com o apoio de quase 500 pessoas para contar a história de de seus fundadores, um casal que se apaixonou na avenida e hoje colhe muitos frutos.
“Acabaram se apaixonando, ela não gostava de Carnaval e, hoje, a Catedráticos do Samba” se resume em Marilene Pereira de Barros, porque ele faleceu em 2005 e ela assumiu a escola, guerreira, tá aí com sete filhos, de mãos dadas, levando a cultura do Carnaval pra frente”, resumiu Maria Campos, diretora financeira da escola.
Na plateia, uma história parecida. O Carnaval também uniu o casal Natasha e Edmir. “Nós nos conhecemos no Carnaval e deu bons frutos”, lembrou ele. “Não podia ser diferente. Quando eu engravidei, eu saí grávida, esse ano eu tenho que segurar a neném, não teve como eu sair”, destacou Natasha, que não deixou de ir pra avenida e prestigiar as escolas, mesmo com a filha no colo.
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Fonte: primeirapagina