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Big Brother do Terror: Desvendando os Segredos do Programa de Vigilância mais Inquietante da Atualidade!

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Existem pessoas visionárias. Uma delas, adora tornar públicas suas previsões.

Não, não estou falando das Márcias Sensitivas da vida.

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Dead Set (Foto: Divulgação)

Mas sim de Charlie Brooker, o criador de Black Mirror, série de ficção científica que explorar a tecnologia e suas consequências. 

Em 2008, há dezesseis anos, ele aproveitou o de popularidade do Big Brother na Inglaterra para imaginar uma situação que antes só era possível na fantasia. 

Imaginem, em plena noite de paredão, o país ser atingido por uma epidemia mortal que não chega ao conhecimento apenas dos brothers e sisters isolados. 

Quando o coronavírus invadiu o mundo, Dead Set foi lembrada e seu criador, enaltecido. 

O próprio Brooker no antigo twiter comentou que ele realmente era um visionário. 

A minissérie que brinca com o fenômeno dos reality ganhou um subtítulo no Brasil, Dead Set – Big Brother Zumbi. E, apesar de parecer ser apenas mais uma produção B tentando pegar carona num veículo de maior popularidade, a minissérie é de ótima qualidade.

Os cinco episódios estão disponíveis com legendas na Darkflix+, o streaming especializado em terror. 

A história começa em noite de eliminação. De dentro da casa, personagens estereotipados – como a loira que pergunta, enquanto esmalta as unhas no sofá, se os dedos do têm ossos. 

Há também o asqueroso que, sem que saiba, é chamado de Gollum pelos colegas confinados e pelo público lá fora. 

O casal que começou a se amar no programa e assim por diante. Um retrato de muitas das edições que acompanhamos.  

O diretor do programa também é estereotipado e faz o Boninho parecer um anjo. Aliás, é bem legal ver os bastidores, o por trás das câmeras do reality.  

Ele fica ainda mais estressado quando sua principal produtora atrasa a missão de trazer a mãe de uma das possíveis eliminadas. 

Não foi culpa da moça. Ela estava no carro com a convidada e um motorista, a caminho do . Mas o trio cruza com um carro atravessado no meio da pista. 

Pensando em ajudar, o chofer desce e é atacado por um zumbi. Vocês sabem…. zumbis são fortes, loucos e desesperados por carne humana. Pobre pescocinho. 

Solidárias, as mulheres recuperam o homem ferido das ruas e têm a brilhante ideia de, no lugar de leva-lo ao hospital, continuarem o caminho para o Big Brother. 

A partir daí, a tal epidemia – que já tinha tomado a cidade – bate à porta do confinamento. 

O talento de Charlie Brooker entra em ação. Não é só um ataque zumbi, mas o que ele traz de consequências, inclusive banais, de tarefas do dia a dia. 

O diretor do programa consegue se esconder da Tadeu Schimidt de lá (inclusive a apresentadora da época, mesmo, fazendo uma participação especial) já transformada em monstro. 

Mas ele se esconde numa sala pequena. Onde há queijos estragados e bebida alcóolica como alimento. No desespero, ele encara. Acorda bêbado, de ressaca e com um grande desarranjo intestinal. 

Sair pro banheiro não é opção visto que a apresentadora continua insistentemente batendo os dentes na única porta. 

O balde de gelo acaba sendo usado como privada. 

E pior: a loirinha eliminada também se salvou na mesma sala! 

A minissérie é perfeita, também, em abordar o ceticismo com que os confinados recebem a notícia do ataque zumbi. Eles estão completamente isolados. São 64 dias sem qualquer notícia do mundo exterior. 

Para eles, é só festa, brigas e busca por aceitação dos fãs. 

A cena em que os zumbis devoram os funcionários da emissora enquanto os candidatos dançam e bebem champagne retrata exatamente essa distância entre a realidade e o mundo fictício do reality. 

Para eles, a produtora que entra armada com uma faca na casa e cheia de sangue não passa de uma pegadinha do big boss.

Até que a segurança de dentro passa a ser ameaçada por seus atos egoístas e ignorantes. 

É tudo uma crí, mas sem fazer julgamentos. 

O sucesso do programa é consolidado em diversos países. Aqui no Brasil estamos na 24ª edição. 

Ele transforma desconhecidos em celebridades em questão de dias. Arrebata multidões de curiosos para acompanhar como pessoas se comportam ao serem privadas de suas rotinas. 

E esse é um problema… 

Já ouviu falar em inconsciente coletivo? É quando pensamos igual ou temos comportamentos semelhantes a pessoas que nem conhecemos.  

Charlie Brooker traz isso à tona. 

Os zumbis, mesmo sem pensar, são induzidos por esse inconsciente coletivo a se direcionar à emissora. 

Aí fica difícil fugir ou ter de buscar remédios e mantimentos nas proximidades. 

Situações exploradas com dose perfeita de tensão. 

Riz Ahmed, que concorreu ao Oscar de melhor ator por O Som do Silêncio, da Prime Video, que viveu o filho do taxista na espetacular The Night of, da HBO, e que virou vilão em Venom, garante a aventura fora da casa. Ele é o namorado da produtora do programa que sobrevive à invasão zumbi. E vai atrás da moça ao, acidentalmente, vê-la na transmissão do programa. 

Tudo é muito bem feito. Já vi muitos filmes de zumbi. Alguns deles com figurantes maquiados bem bobos. Os de Dead Set causam arrepios. Trazem a fome nos olhares. 

Gostei tanto que maratonei os cinco episódios.  

Fica a sugestão.  

Há uma versão brasileira da minissérie. Com 10 episódios. Produzida pela Netflix, Reality Z, traz Sabrina Sato como a apresentadora do reality. Eu não vi. No Imdb, um dos marcadores mais respeitados de críticas da internet, recebe a nota 5,6. Dead Set, 7,6. 

Por isso, meu voto é pra eliminar o nacional. 

Apesar de produzido em 2008, Dead Set-Invasão Zumbi é ainda muito atual. 

E, se, ao final da minissérie, você se identificar com o personagem da última cena, prepare-se. Talvez seja a hora de você deixar a casa. 

Há muitas formas de ser transformado em um zumbi.

Fonte: primeirapagina

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