Tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1974, o Forte Coimbra deve passar por restauro em breve. Localizada em Corumbá, cidade distante a 413 km de Campo Grande, a edificação teve um projeto aprovado de revitalização, que inclui mais acessibilidade, e deve custar R$ 7 milhões.
De acordo com o superintendente do Iphan, João Santos, a restauração deve incluir mais acessibilidade, com adequações nos banheiros, restauração do piso e cobertura, ampliação dos quatro espaços expositivos, além de novas pinturas nas paredes internas e externas. O projeto deve respeitar os valores estéticos e culturais da fortificação.
“O projeto de restauração vem desde a restauração das fachadas, do piso, do forro, mas também na elaboração de um projeto museógrafo para a exposição que lá se encontra. Agora a gente passa para a próxima etapa, que é a captação de recursos para a execução das obras”, afirma.
A estimativa é que as obras custem em torno de R$ 7 milhões. Esse valor deve ser captado pelo Governo do Estado e Exército Brasileiro, além das outras fontes de recursos.
O comandante da 18º Brigada de Infantaria do Pantanal, o general Alerrandro Leal Farias, o projeto foi elaborado por especialistas. “É uma das exigências do Iphan, que ele harmonize [a estrutura] com a acessibilidade do público externo, sobretudo idosos e pessoas com necessidades especiais. Para tanto especialistas nas áreas se debruçaram para ver qual características deveriam ser preservadas”, explica.
Devotos
João Santos, destaca que o Forte de Coimbra foi uma das poucas fortificações brasileiras que teve atuação em confronto bélico, na Guerra do Paraguai, mas transcende os valores militares. “O forte tem em seus arredores uma vila de moradores devotos à figura de Nossa Senhora do Carmo, que é a padroeira do bem, onde a comunidade comemora anualmente sua festa religiosa, uma das mais antigas em território sul mato-grossense”, explicou o superintendente. “O projeto que está posto é o resultado do trabalho dos técnicos do Iphan e Exército Brasileiro, em conjunto com a sociedade civil organizada”, completou.
Com o restauro, o turismólogo Luiz Ricardo, acredita que o local deve ganhar mais potencial turístico, mas deve ter a participação da população.
“Esses guardiões da fé de Coimbra que são peça fundamental quando o turismo chega, porque é o morador que vai contar as histórias mostrar os caminhos e ele que vai fazer parte desse encantamento”, frisa.
Muitos ataques e histórias
Estratégico, localizado às margens do Rio Paraguai e próximo das fronteiras paraguaia e boliviana, o Forte Coimbra foi tombado pelo Iphan em 1974. Ele pertence ao Exército Brasileiro e é mantido pela 3ª Companhia de Fronteira, unidade militar da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira/Comando Militar do Oeste.
Trata-se de um representante da arquitetura militar portuguesa no século XVIII nos sertões ocidentais brasileiros e testemunho da ocupação do território nacional no período de guerras e indefinições.
Sucessivamente atacado por guaicurus no final do século XVIII, por espanhóis em 1801 e por paraguaios em 1864, o Forte de Coimbra passou por diversas recomposições e adaptações, até uma última reforma pelo Exército em 1908; hoje, em terras oficialmente brasileiras e mantido pelos militares, suas muralhas são um testemunho daquele período da história brasileira.
Fonte: primeirapagina