Exercício de memória rápido: você se lembra de quantas vezes ralou o joelho quando era criança? Ou quantas vezes voltou para casa com algum machucado após um dia intenso de brincadeiras e traquinagens? Com certeza pelo menos algumas, né? Porém, para quem tem hemofilia, essas lembranças simplesmente não existem. Algo totalmente normal e que todo mundo está suscetível em especial durante a infância, um simples machucado pode ser fatal para quem sofre dessa doença.
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Graças a pesquisas e à revolução da ciência, esse problema pode ter finalmente um fim. Uma terapia desenvolvida por médicos britânicos e publicada no periódico científico New England Journal of Medicine, praticamente curou pessoas com hemofilia B, segundo esses pesquisadores. O corrige a falha genética que impede que o sangue coagule completamente, interrompendo sangramentos.
Ainda de acordo com a equipe médica, a maioria dos adultos com hemofilia pode ser curada nos próximos três anos com a terapia. Um dos voluntários que fez parte do estudo, Elliott Mason, afirma que a sua vida agora parece “completamente normal”.
Assim como outros hemofílicos, Elliott cresceu com medo de se machucar. Segundo ele, as aulas de educação física eram as piores, pois os professores o tratavam como se fosse um boneco de porcelana. “Não gostava do fato de ser diferente e incapaz de fazer as coisas“, disse o jovem.
Até começar a receber o tratamento desenvolvido pelos médicos britânicos, Elliott tomava injeções de fator IX a cada dois dias para evitar que sofresse um sangramento fatal. Já no novo tratamento, ele recebeu um vírus criado a partir de engenharia genética que continha instruções para produzir o fator IX.
Esse vírus age introduzido entrega as instruções ao fígado, que então começa a produzir a proteína de coagulação. Elliott recebeu a infusão em apenas uma sessão, que levou aproximadamente uma hora.
ESPERANÇA DE UMA VIDA MELHOR
De acordo com os médicos envolvidos com a pesquisa, nove em cada 10 pacientes que receberam a terapia não precisaram de novas injeções. “Estamos muito animados com os resultados“, se alegrou a professora Chowdary. Segundo ela, houve um “impacto revolucionário” na vida dos pacientes cerca de um ano após a terapia, que afirmaram não precisar se preocupar mais com a hemofilia.
O presidente da Haemophilia Society, ONG de apoio a hemofílicos, Clive Smith, diz os dados iniciais são promissores, mas que continuarão a “monitorar os testes de terapia genética de perto e com cautela, como acontece com todos os novos tratamentos”.
Ainda não há um consenso em relação ao custo das injeções para a população no geral, quanto tempo exatamente dura o tratamento e a partir de que idade as injeções podem ser aplicadas.
Por enquanto, Elliot se mostra confiante e muito animado. “Minha vida é completamente normal, não há nada que eu tenha que parar e pensar ‘como minha hemofilia pode afetar isso?‘”, afirmou.
Ele também disse que não precisou fazer nenhum outro tratamento desde que fez a nova terapia “É tudo realmente um milagre. Bem, é ciência, mas parece um milagre para mim“, finalizou.
Como é bom ver que os avanços da ciência ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas e a trazer esperança para quem sempre conviveu com doenças extremamente complicadas. Muita saúde para Eliiot!
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Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.