Sophia @princesinhamt
Lifestyle

Tatuagens nas múmias do Peru: descobertas reveladas por cientistas

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Não é modinha: por pelo menos cinco milênios, seres humanos de culturas distintas enfeitaram suas peles com tatuagens.

Agora, um novo estudo revelou, em detalhes inéditos, figuras tatuadas em múmias encontradas no Peru.

Uma colaboração internacional de cientistas, liderados pelo pesquisador Michael Pittman da Universidade Chinesa de Hong Kong, usou uma técnica inovadora para realçar as tatuagens nas múmias, muitas das quais estavam invisíveis a olho nu.

Os indivíduos mumificados pertenciam a cultura Chancay, uma civilização que floresceu no que hoje é o litoral do Peru entre os anos 900 d.C. e 1500 d.C., aproximadamente, sendo depois incorporada ao grande Império Inca (que, por sua vez, ruiu com a chegada dos colonizadores espanhóis).

As múmias analisadas foram encontradas em uma escavação de 1981 e viveram, provavelmente, por volta do ano 1250 d.C. No total, mais de cem indivíduos mumificados foram analisados.

No estudo, os pesquisadores usaram uma técnica chamada “fluorescência induzida por laser”, que consiste no uso de lasers para estimular uma amostra, aumentando a sua energia e fazendo com que ela – literalmente – brilhe.

No caso, o uso de lasers fazia a pele das múmias brilhar, mas os locais onde a tinta preta estava presente não brilhavam. Isso resultava em imagens de alto contraste, que permitiram que a equipe recriasse as tatuagens em detalhes inéditos, revelando ao mundo figuras que estavam escondidas a olho nu.

Fotografia de Antebraço mumificado de 1.200 anos sob fluorescência estimulada por laser revelando detalhes de desenhos de tatuagens.
(Michael Pittman and Thomas G Kaye/Reprodução)

É a primeira vez que a técnica é usada para analisar tatuagens em múmias; o uso dos lasers é comum na medicina e também na paleontologia (para detectar possíveis tecidos moles em fósseis de dinossauros, por exemplo).

Há outras estratégias para analisar tatuagens em amostras humanas, claro, mas todas ainda esbarram, em maior ou menor grau, no problema: a tinta usada nas tatuagens começa a desaparecer ao longo do tempo, e os desenhos vão borrando e se perdendo. O processo de mumificação tende a piorar esse desgaste.

A análise revelou que as tatuagens foram feitas por mãos habilidosas, que desenhavam as figuras geométricas pontinho por pontinho, às vezes em linhas que mediam só 0,1 milímetro – mais fino do que as maquininhas atuais. Embora não possam cravar com certeza, a equipe suspeita que o instrumento usado na arte poderia ser um espinho de um cacto ou um osso de animal que foi trabalhado para ficar muito fininho.

Os autores também notaram que o nível de detalhes encontrado nas tatuagens é maior do que em outras manifestações artísticas do povo Chancay, indicando que elas eram fruto de um esforço especial. 

Apesar da maioria das múmias analisadas terem algum tipo de tatuagem (especialmente nas mãos), só algumas delas possuíam essas figuras detalhadas e com linhas finas, indicando que o requinte provavelmente era restrito a um subgrupo social.

Fonte: abril

Sobre o autor

Avatar de Fábio Neves

Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo