Na sua infância, você era aquele tipo de criança que adorava uma boa história de contos de fadas, com direito a príncipes, princesas e um lindo final feliz de “viveram felizes para sempre”? Se sim, você consegue lembrar de alguma princesa que fosse negra? Não? Pois somente em 2009, a Disney lançou o primeiro filme com uma personagem negra!
A falta de representatividade no mundo das princesas mais populares, fez a professora da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Ivone Calarge Zahran, Andreia Souza Cássio, criar a personagem Preta Princesa. O objetivo é levar um pouco mais de informação nas aulas sobre história e cultura afro-brasileira.
“Eu trabalhava na Emei do Tia Eva e fazia leitura de histórias. Lá comecei a perceber que algumas crianças se pareciam comigo, mas que nós não parecíamos com as histórias. Então um dia tive a ideia de ir de princesa”, explicou.
Agora, uma boneca também com um lindo vestido de contos de fada companha Andreia, que encanta os alunos com a sua forma lúdica e mega didática de contar histórias!
Dedicada a pedagoga não ficou restrita apenas em se vestir de princesa e ir para as aulas vestida dessa forma. Ela começou a se aprofundar no tema e decidiu fazer uma pós-graduação de Cultura Afro-Brasileira para ter mais embasamento. “Como sou filha de Mãe de Santo, sempre tivemos o entendimento, mas precisamos desmistificar as coisas que são passadas para a gente”, analisou.
A vivência de mulher negra, sempre fez Andreia a questionar o mundo a sua volta e, ao se tornar professor, começou a refletir sobre como poderia levar os ensinamentos para a escola. “Sempre soube que eu era uma mulher negra e ainda tenho dois filhos. Acho que é importante levar essa educação e desde então estou trilhando esse caminho”, disse.
MUITO MAIS DO QUE REPRESENTATIVIDADE
A Princesa Preta faz os olhos das crianças saltarem e, em especial, das alunas negras de Andreia, que acompanham atentamente cada contação de história que têm. Com poucas referências, no começa a educadora fez uma recontagem da história da princesa Tiana.
Porém, todos os elementos dessa personagem são da cultura dos Estados Unidos e para trazer para a realidade brasileira, a professora a transformou na Princesa, o Sapo e o Pandeiro.
A ideia deu tão certo que Andreia passou a receber convites dos colegas para levar a Princesa Preta para outros lugares. Muito mais do que representatividade, o objetivo da personagem é mostrar a cultura nacional e como as pessoas negras influenciaram nela.
“A gente acha que os pequenos não sofrem com racismo e preconceito, mas sofrem sim. E decidi colocar o nome de Preta Princesa não pelas crianças porque elas não fazem essa distinção, mas porque elas replicam isso em casa”, finalizou.
Ações como essa dão um quentinho no coração, não é mesmo? Que mais crianças possam se sentir representadas e acolhidas!
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Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.