Foi uma canção folclórica francesa chamada “À luz do luar” (“Au clair de la lune”), em 9 de agosto de 1860. Sua melodia não é popular em português – mas, para os franceses, é tão conhecida quanto “Asa branca”.
O dispositivo de Scott consistia em uma espécie de agulha que vibrava ao sabor do som. A ponta ia criando um baixo relevo em um cilindro giratório, e Scott imaginou que as pessoas aprenderiam a “ler” o som nessa ranhura (do mesmo jeito que um geólogo “lê” o terremoto no sismógrafo sem precisar senti-lo).
Calhou que a representação gráfica de um áudio era impossível de interpretar. Pouco depois, em 1877, Thomas Edison inventou o fonógrafo, capaz de reproduzir de volta as gravações. Seu primeiro teste rolou com a canção infantil “Maria tinha um carneirinho” (“Mary had a little lamb”, em inglês).
Essa foi, portanto, a primeira música gravada cuja gravação pôde ser ouvida. Cilindros de cera baseados na tecnologia inventada por Edson começaram a ser vendidos para o público geral em 1889, após uma disputa em torno das patentes e do material ideal para fabricá-los.
Os cilindros competiram com os discos como formato favorito do mercado até a década de 1910. No começo, a matéria-prima se desgastava após meras vinte reproduções. Depois, matrizes mais resistentes passaram a permitir cem plays ou mais.
Depois, a facilidade de transportar e armazenar discos achatados, bem como o volume mais alto que eles permitiam, deu a dianteira aos avôs dos LPs. Ou melhor: quase. Até os anos 1920, quase todas as casas de classe média em países ricos tinham pianos, e a mídia de distribuição de música favorita era a partitura.
Fonte: texto “What was the first sound ever recorded by a machine?”, na revista Time.
Pergunta de @jvcalderaro, via Instagram.
Fonte: abril