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”Mapa-múndi antigo aponta para possíveis pistas sobre a Arca de Noé – Saiba mais!”

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Nas últimas semanas de 2024, o “mapa-múndi babilônico” –  uma tabuleta de argila onde está desenhado o que é considerado o mapa-múndi mais antigo da história – voltou a ser notícia. O item, que é parte do acervo do Museu Britânico, foi tema de um vídeo lançado pela instituição, e um detalhe atraiu a atenção da mídia.

Isso porque, no vídeo, foi revelado que, em 1995, foi descoberta uma peça faltante desse mapa que ajudou a desvendar parte de seu significado. E que significado: há quem diga que o mapa contém as coordenadas para encontrar a Arca de Noé.

O que é o mapa

Conhecido como “mapa-múndi babilônico” e também pelo nome em latim “Imago Mundi”, o artefato foi descoberto em 1880 nas ruínas da antiga cidade de Sippar, na Mesopotâmia (atual Iraque), durante escavações arqueológicas. As inscrições cuneiformes na tabuleta, escritas em acadiano (uma das línguas da Mesopotâmia), datam de aproximadamente 600 a.C., o que nos permite ter um retrato muito interessante do conhecimento geográfico dessa época.

No mapa, o mundo tem formato circular e está rodeado por um corpo d’água chamado de Rio Amargo. No centro, está o rio Eufrates e, logo ao norte, a cidade da Babilônia. Há também oito civilizações espalhadas pelas bordas do círculo, representando o que seria o resto do mundo conhecido por aquele povo: ao sul está Susa, capital de Elão, outra civilização antiga. Ao nordeste está Urartu, um antigo reino que ficava no que hoje corresponde a Turquia, Irã e Armênia. Habban, a capital da tribo dos Cassitas, é colocada a noroeste, embora essa localização seja incorreta. A Assíria também está representada.

Para além do Rio Amargo, há algumas formações triangulares que podem ser montanhas ou outros territórios estrangeiros. Embora a tabuleta esteja parcialmente destruída, é possível deduzir que havia oito triângulos originalmente.

Acima do mapa, há um bloco de texto descrevendo a criação do mundo por Marduk, o deus principal da Babilônia. Diversos animais são citados na história, como um cabrito da montanha, um leão, um leopardo, uma hiena e um lobo, além de vários governantes notáveis, como Utnapishtim, um rei que sobreviveu a um dilúvio épico.

No verso da tabuleta, há apenas um texto. Ele descreve o que haveria nos tais triângulos. Em um deles, o Sol nunca brilharia. Em outro, haveria uma árvore que dava joias em vez de frutos. E assim por diante — eram histórias folclóricas.

O mapa para a Arca de Noé?

A tabuleta virou assunto em dezembro porque o Museu Britânico publicou um vídeo em que um de seus curadores,  Irving Finkel, fala sobre o objeto e revela que há descobertas recentes sobre ele. “Até há pouco tempo, nós não sabíamos qual descrição do verso correspondia com qual triângulo do mapa. Nós tínhamos que adivinhar qual dos três que ainda restam correspondiam com a descrição do outro lado. E aí, algo aconteceu: um dos triângulos perdidos apareceu”, diz ele no vídeo.

O “pouco tempo” a que ele se refere é 1995, quando uma voluntária investigou artefatos do acervo do museu que tinham escrita cuneiforme, mas cuja origem era incerta, e descobriu que uma dessas peças era, na verdade, um pedaço do mapa.

Nesse triângulo redescoberto, havia uma inscrição que dizia “a grande muralha”, uma montanha. Pela descrição no verso, seria preciso viajar pelo Rio Amargo por sete dias até chegar a essa montanha e a grande muralha teria 850 cúbitos (unidade de medida de comprimento antiga) de altura. Isso permitiu identificar a ordem dos triângulos e perceber que eles, juntos, contavam a história de uma jornada — a jornada para encontrar a arca do dilúvio da lenda babilônica.

Finkel chega à seguinte conclusão: “O que isso significa é que, falando claramente, se você subisse essa montanha, eventualmente veria, contra o céu noturno, a silhueta das costelas da arca babilônica, a qual, assim como aquela da Bíblia, ficou depositada em uma montanha”.

Ele continua: “Se você descer a montanha e cruzar a água de volta para o território principal, o primeiro lugar a que você chegará é Urartu. E o interessante disso é que, na Bíblia, Noé chegou com sua arca em um monte chamado Ararate, que é o equivalente em hebreu de Urartu em assírio. Isso é muito interessante de pensar a respeito, pois mostra que a história é a mesma e que uma coisa levou à outra. Mas também que, para os babilônios, isso era fato: se você fizesse essa jornada, você iria achar os destroços desse barco histórico que salvou toda a vida do mundo”.

Urartu, nessa interpretação, não seria o reino mencionado anteriormente, mas sim o Monte Ararate, que ficava dentro do território do reino. De acordo com a lenda babilônica, um homem enche seu navio com animais durante um dilúvio e acaba estacionando com segurança em um dos picos do Monte Urartu. Essa história, como aponta o Dr. Finkel, tem um paralelo no conto da Arca de Noé, presente na Bíblia.

Com isso, muitos veículos de imprensa cristãos pegaram a história e a noticiaram como se essa descoberta pudesse trazer novas informações sobre a localização da Arca de Noé. Mas Andrew Snelling, um geólogo da Universidade de Sydney que estudou o dilúvio, disse ao Jerusalem Post que o Monte Ararat não poderia ser o local da Arca, pois a montanha só se formou após as águas do dilúvio baixarem. Será o suficiente para acalmar a polêmica?

Fonte: abril

Sobre o autor

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo