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História dos Fogos de Artifício: Das explosões no bambu aos deslumbrantes espetáculos de luz!

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A origem da pirotecnia é milenar: o conceito dos fogos de artifício é mais antigo que a própria descoberta da pólvora. 

Na China, no século 2 a.C., era comum jogar pedaços de bambu verde em fogueiras durante festividades. O motivo é que, durante o crescimento da , se formam bolsas de ar no interior do caule.

Jogadas no fogo, essas bolsas incham e estouram, gerando um som de estalo. Os chineses acreditavam que esse barulho alto espantava maus espíritos – até hoje as comemorações de Ano-Novo por lá contam com fogos e estalinhos para afastar os espíritos e começar bem o ano.

Durante o primeiro milênio d.C., alquimistas chineses fizeram uma descoberta que mudou os rumos da civilização: misturando salitre (nitrato de potássio), enxofre e carvão vegetal, eles criaram a pólvora. Não era o que eles queriam – o era conseguir um elixir para a vida eterna, e não para a matança – mas calhou que a substância era extremamente útil.

Quando perceberam o caráter explosivo da mistura, os chineses não pensaram imediatamente em armas. Uma das primeiras aplicações foi juntá-la com os pedaços de bambu para criar estalos mais altos. Aos poucos, os fogos foram ganhando a cara que conhecemos hoje – a pólvora passou a ser armazenada em um tubo de papel e acesa com a ajuda de um pavio.

Não demorou muito para que os militares adotassem a pólvora. Também foram os chineses que construíram os primeiros canhões, usando-a para lançar projéteis contra seus inimigos. Enquanto isso, a pirotecnia passava das fogueiras para os céus. 

Quando chegou à Europa, a pólvora foi usada primordialmente para fins élicos. Os primeiros fogos chegaram lá por volta do século 14, e eram usados em festivais religiosos e comemorações públicas. O casamento do rei Henrique VII com Isabel de York, em 1486, é considerado um dos primeiros shows de fogos da Inglaterra – o casamento dos dois marcava a união da casa Lancaster com a família York, e pôs fim à Guerra das Rosas.

Quem também se amarrou nos fogos foram os americanos. Ou melhor, o que viriam a ser os americanos. Depois de sua independência em 1776, os cidadãos dos recém-formados Estados Unidos da América organizaram seu primeiro show de fogos. Na Filadélfia, em 4 de julho de 1777, começou a tradição gringa de um Dia da Independência com muitos fogos de artifício.

Todos os fogos que narramos até aqui, vale dizer, eram alaranjados. Só em 1830, inventores italianos adicionaram os primeiros metais que dariam cor às explosões.

Quando uma substância queima, ela libera energia na forma de luz. A luz pode ter várias medidas de comprimento de onda, mas apenas os valores entre 400 nm (nanômetros, medida um bilhão de vezes menor que um metro) e 700 nm estão dentro do espectro visível. Dependendo do material queimado, o comprimento de onda vai ser menor – perto do violeta – ou maior – perto do vermelho.

Se a cor que aparece no céu é um verde, por exemplo, o composto usado provavelmente é o cloreto de bário (BaCl2). O prateado é obra do magnésio; o vermelho, do lítio e o amarelo, do sódio, por exemplo.

Estavam criados os fogos de artifício como conhecemos hoje: voadores, barulhentos e coloridos.

Shhhh

E se o barulho é um problema, ele não precisa ser. Uma inovação já em campo são os fogos “silenciosos”. Eles são do tipo que sobe e… nada – porque não explodem como os outros. Nesse modelo, a queima do pó metálico é lenta e gradual, acontecendo ao longo da subida. 

Esses fogos não são 100% mudos: ainda há som, mas ele é muito menor do que o habitual. É o suficiente para tranquilizar , animais e outras pessoas sensíveis a sons altos.

Alguns estados do Brasil já têm leis que proíbem a venda e o de fogos de artifício “tradicionais” – esses silenciosos são permitidos. E é assim que as tradicionais comemorações de Ano-Novo ao redor do país podem continuar.

Fonte: abril

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo