Pelo segundo ano seguido, o ex-gari Johnatas Cruz brilhou na tradicional São Silvestre. Ele ficou em 4º lugar e foi o melhor brasileiro na prova, dominada por quenianos.

Mineiro de São Pedro dos Ferros, Johnatas hoje é de atleta profissional, mas precisou lutar muito para chegar onde chegou. No passado foi frentista e coletor de lixo e no último trabalho ele conheceu a corrida.

Correndo pelo Praia Clube, de Uberlândia, Minas Gerais, ele conseguiu duas posições em relação a corrida do ano passado, quando terminou em 6º lugar. Com o tempo de 45 minutos e 32 segundos, Johnatas ficou a 6 segundos do pódio, foi por pouco. Mas ele já é um verdadeiro campeão!

Único brasileiro no Top

A São Silvestre deste ano foi dominada por quenianos. O ex-gari foi o único brasileiro no TOP 4 e ele conseguiu um tempo fenomenal: apenas 1 minuto e 11 segundos atrás de Wilson Too (Quênia), o grande campeão.

Muito confiante, ele comemorou o resultado. “Quando estamos confiante um dia antes, é sinal de que vai acontecer. Fizemos uma prova mais mental, porque não é fácil. Fui buscando de pouco a pouco. Para um corredor de alto rendimento, às vezes a gente treina muito o físico, mas temos que treinar principalmente a cabeça”, declarou ao GE.

A prova teve no top ainda Joseph Panga (Tanzânia, com 44m51, Reuben Poghisho (Quênia), com 45m26s e Nicolas Kosgei (Quênia) 45m41s.

Da coleta de lixo ao esporte

Nascido em uma cidade pequena, Johnatas foi morar em São Paulo ainda bem jovem, aos 13 anos.

Aos 18 começou na profissão de frentista e, em 2012, passou a trabalhar como coletor de lixo.

A rotina era puxada e em alguns dias ele corria até 25 km. O trabalho despertou o interesse na corrida.

Esporte como prioridade

Em 2022 Johnatas tomou uma decisão arriscada: largou o caminhão e começou os treinos nas pistas!

Já em 2023, vários prêmios, incluindo o Campeonato Sul-Americano de Meia Maratona, onde ficou com o outro, e os 10 km da Copa Brasil de Cross Country.

Na Maratona dos Jogos Pan-Americanos também colheu ótimos frutos. Johnatas foi, mais uma vez, o melhor brasileiro e terminou em 4° lugar. Gigante!

A brasileira melhor colocada

Entre as mulheres, Agnes Keino (51m25s), do Quênia, fechou a corrida em primeiro lugar.

A brasileira Núbia de Oliveira ficou na terceira colocação. Outra guerreira vencedora!