Você já se imaginou recebendo um prêmio da UNESCO? A brasileira Carina Alves pode dizer que sabe bem como é a sensação. Empreendedora social e doutora em educação, Carina é a vencedora do Prêmio Confúcio de Alfabetização. O motivo: ela lançou um projeto que produz livros em formatos acessíveis para pessoas com deficiência. Isto é, em braile, libras, audiodescrição e pictogramas.
“É um reconhecimento muito importante, especialmente por vir de um organismo internacional com a credibilidade da UNESCO. Prova do nosso acerto ao falar da inclusão de forma lúdica”, disse, segundo o Extra. Criado em 2014, o projeto de Carina tem o nome de Literatura Acessível e já chegou a mais de 2 mil alunos inscritos. Desse total, 55% são meninas e mulheres. Além do livro físico, o conteúdo também está disponível no formato de e-book e aplicativo.
Os protagonistas das histórias do Literatura Acessível não poderiam ser outros: ativas e alegres que possuem algum tipo de deficiência. Personagens que têm tudo a ver com o público-alvo e a mensagem que as obras querem passar.
“Trabalho com inclusão de crianças e jovens com deficiência há 20 anos. Recentemente, o Incluir ampliou o conceito de inclusão para contemplar pessoas de todas as idades em situação de vulnerabilidade social.
No caso do Literatura Acessível, um dos projetos que comando e que ganhou o prêmio da UNESCO, o propósito é transmitir às crianças uma mensagem de inclusão e equidade e servir para que aquelas que tenham alguma deficiência sejam percebidos por sua potência, não pela carência”, afirma Carina.
Inspiração em crianças da vida real
E essa questão de que as pessoas sejam reconhecidas por seus talentos (não por suas deficiências) é de extrema importância. Afinal, todos temos um universo inteiro dentro de nós: um universo de sonhos, de criatividade, de imaginação, de sentimentos para mostrar aos outros.
A própria autora diz que se baseou em crianças que conheceu na vida real para criar os personagens. “Os livros têm personagens fictícios inspirados por crianças que conheci e que não têm na deficiência um impeditivo para ser felizes e produzir. E os formatos acessíveis foram uma escolha natural para unificar o entendimento das mensagens.”
Cada vez que um brasileiro é premiado e leva o nome do nosso país para o mundo é motivo de muita alegria. Ainda mais em uma causa tão nobre, como a educação, a inclusão e a acessibilidade.
A premiação da UNESCO traz também a esperança de que o trabalho da Carina cresça e chegue a mais crianças, fazendo com que elas se sintam representadas nas histórias da Literatura Acessível e possam viver em uma sociedade mais digna, igualitária e humana.
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Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.