Herói. Essa é uma palavra que o brasileiro Gabriel Tarso vai poder carregar para sempre em sua vida. O rapaz, que é de Cruzeiro (SP), estava na montanha Manaslu, a oitava mais alta do mundo, no Nepal, quando foi pego de surpresa por uma avalanche.
Ele não só escapou ileso, como também ajudou a salvar outras vítimas que também estavam por ali na hora do desastre.
Gabriel tem 34 anos e trabalha como fotógrafo e cinegrafista especializado em documentar atletas e grupos que escalam montanhas. Uma profissão diferente e bastante arriscada.
“Era por volta das 11h, estávamos a mais de 6 mil metros de altura e eu estava fotografando a paisagem, porque depois de muitos dias de tempo fechado, estava uma luz bonita do sol.
Estava tudo tranquilo, até que ouvi um estrondo grande, olhei pra cima e vi uma massa de gelo se desprendendo e vindo na minha direção. Não tinha pra onde correr”, disse ao.
Quando se deu conta do que estava acontecendo, a primeira reação foi tentar se proteger deitando no chão e usando a mochila de escalada para cobrir a cabeça. Ficou parado ali, esperando a avalanche passar. A estratégia deu certo e Gabriel escapou sem um único arranhão. Infelizmente, outros alpinistas não tiveram a mesma sorte.
“Eu tive muita sorte por estar em uma área em que os blocos de gelo não vieram muito na minha direção, por isso não fui atingido com tanta intensidade como outros colegas. A menos de dez metros de onde eu estava, a avalanche foi muito mais forte. Assim que a avalanche passou, eu comecei a ver pontos na neve, não sabia se eram mochilas ou objetos, até que percebi que eram pessoas e desci o mais rápido para ajudar.”
Cenas chocantes no resgate
Mal tinha se recuperado do susto da avalanche, lá estava Gabriel arriscando-se novamente para salvar as pessoas que estavam soterradas. A solução foi escavar a neve com as próprias mãos juntamente com os outros montanhistas. Em alguns casos, o brasileiro só conseguia ver a mão da pessoa pedindo – cena que ele descreveu como “chocante”.
Com macas improvisadas, eles levaram os sobreviventes a um nível mais baixo da montanha para que helicópteros viessem resgatá-los e levá-los ao hospital. Aproximadamente dez pessoas ficaram feridas e uma, lamentavelmente, acabou falecendo. Mas não restam dúvidas de que, se não fosse a atitude do Gabriel e dos outros alpinistas, a tragédia seria ainda pior.
“Não existe satisfação maior do que se doar para o outro. Não acredito em acaso, sinto que precisava estar ali para ajudar no resgate”, afirmou o fotógrafo.
Parabéns ao nosso herói brasileiro que foi destemido e arriscou a sua própria vida para salvar a do próximo. Quantas homenagens e quantos aplausos você acha que esse guerreiro merece?
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Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.