“Enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz“. E fez! Rita Lee Jones, 75 anos, filha de um dentista e uma pianista, revolucionou a música brasileira e se eternizou por várias gerações!
Com sua marca registrada da franjinha, cabelo vermelho e óculos rendondos, ela se tornou querida por milhões. Rejeitou tanto o título de “Rainha do Rock Nacional”, mas se eternizou por tal, não teve jeito. Na noite desta segunda-feira, 08, Rita Lee nos deixou após uma luta valente contra o câncer.
A família da cantora divulgou um comunicado nas redes sociais dela: “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”. O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h.
Revolucionária
Irreverente, inteligente, ativa e destemida, Rita foi a voz de várias gerações.
Foi revolucionária, no melhor sentido da palavra. Ninguém segurava sua língua, mesmo nos momentos mais pesados da história desse país.
“A gente falou através dela! Através dela gritamos, derrubamos preconceitos, clamamos pela liberdade!”, lembrou a jornalista Luisa Borges.
“Rita era puro mistério. Inesquecível o dia em que entrei com ela ao vivo no Jornal da Cultura. Era aniversário da cidade e Rita faria um show. Combinei a entrada com Roberto de Carvalho, o marido dela, no cercadinho e ele me disse, “não, não combina nada. Ela não gosta. Só entra de mansinho e vai conversando com ela, naturalmente, deixa fluir”. E foi assim que a rainha me recebeu com doçura, tranquilidade e me fez ainda mais fã dela”, disse Rinaldo de Oliveira, jornalista fundador do Só Notícia Boa.
“Quando a gente perde uma mulher dessa, que viveu tudo o que uma mulher pode viver, no sentido de realização – e ainda tinha a qualidade artística e a lucidez política – o Brasil fica mais careta e mais burro a partir de hoje”, analisou o Jornalista José Marcelo.
Homenagens de artistas
No post da família, que comunicou a partida da estrela, tristeza e agradecimentos:
“Obrigada por TANTO Grande DAMA”, escreveu Nany People
“Viva a eterna rainha do rock, obrigado por tudo”, disse Johnny Hooker
“Que tristeza, que dor no coração. Meus sinceros sentimentos a todos familiares”, comentou Astride Fontenelle.
“Vá em paz”, desejou Angela Rorô.
Nasceu no último dia do ano
Rita Lee nasceu em São Paulo, no dia 31 de dezembro de 1947.
Filha de Charles Jones e Romilda Padula, sempre teve a presença da música em casa. Como a mãe era pianista, incentivou a filha a estudar o instrumento e a cantar com as irmãs.
Aos 16 anos, Rita entrou para um trio vocal feminino, as ‘Teenage Singers’. Com as companheiras, fazia apresentações em festas de escolas. Foi em uma dessas apresentações que o cantor e produtor Tony Campello descobriu o grupo e o chamou para participar de gravações como backing vocals.
Enquanto o rock brasileiro se revolucionava e saía dos padrões norte-americanos, Rita fez questão de potencializar o processo. Para ela, a música popular brasileira nasceu para ser icônica e marcante.
Foi durante esse processo que a cantora formou a banda “Os Mutantes”, em 1966. Já nos anos 1970 entrou para o grupo “Tuti-Fruti” e explodiu nas paradas. Depois seguiu carreira solo ao lado do marido Roberto de Carvalho.
Rita Lee era cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira.
Maiores sucessos
Entre os maiores sucessos da rainha do rock do Brasil estão:
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‘Padroeira da Liberdade’
Sempre moderna, Rita foi referência de criatividade e independência feminina durante os quase 60 anos de carreira.
O título de “rainha do rock brasileiro” veio quase naturalmente, mas ela achava “cafona” – preferia “padroeira da liberdade”.
Em uma das entrevistas para a televisão, no “Conversa com Bial”, e 2017, a cantora marcou com a resposta que deu sobre drogas. O vídeo viraliza até hoje nas redes sociais.
A cantora, que teve a imagem frequentemente ligada ao uso de substâncias psicoativas, respondeu de forma bem espirituosa (e um tanto provocativa).
“A gente tava falando das drogas, né, vamos falar um pouquinho de cada uma e ver sua relação”, disse o apresentador. Ao citar a maconha como primeiro exemplo, ele foi interrompido por Rita. “Ah, você vai falar de maconha? Pensei que fosse falar de café, Coca-Cola, açúcar, álcool…”, respondeu a cantora. Veja vídeo da entrevista no final da matéria.
Ah, Rita, como você vai fazer falta! Vá em paz minha linda, você cumpriu seu papel por aqui com dignidade! Aplausos!
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Assista ao especial de Rita no Multishow:
Ela na versão original de Ovelha Negra
Cantando Amor e Sexo
Fonte: sonoticiaboa
