Sophia @princesinhamt
Educação

Explore a cultura cuiabana com diversão garantida: o jogo ‘Digoreste’ resgata o linguajar típico da região

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá
“Nhacá siminina. Expia a cara desse guri, puro bobó cheira cheira”. Se você não entendeu nem um pouco o que essa frase quis dizer, então já prepara o celular ou o computador para jogar o Digoreste, um game idealizado por um grupo de artistas e programadores mato-grossenses que visa resgatar o linguajar cuiabano e apresentar esta forma tão singular de se expressar para as crianças e adolescente que estudam nas escolas públicas de Mato Grosso.

Nesta sexta-feira (28), o Entretê esteve presente na Casa Cuiabana para acompanhar o lançamento do game e aproveitou para conversar com o idealizar do projeto, o artista Luciani Oliari. Morador de Sinop, filho de uma catarinense e de um gaúcho, mas nascido em Minas Gerais, Luciano conta que sempre foi apaixonado pela cultura de Mato Grosso e de Cuiabá, ainda mais pelo linguajar do cuiabano raiz.

Partindo desse ponto e com o objetivo de resgatar o linguajar do povo, ele reuniu um grupo de programadores do estado e com eles desenvolveu o “Digoreste”. O game será disponibilizado nas escolas públicas do estado com o objetivo de contar um pouco da história e cultura local.

“Esses projetos nasceram da vontade de valorizar o que a gente tem de bom e que às vezes a gente não sabe que é bom ou esquece que é bom. O Digoreste vem pra manter a memória viva das crianças. Nós pensamos nesse jogo para ser uma forma deles estudarem a história e a gramática”, diz Luciano.

As crianças terão acesso gratuito ao game, basta apenas fazer o download em celulares com o sistema Android ou em qualquer computador. A plataforma funciona como um caça-palavras em que os participantes vão descobrir palavras do linguajar cuiabano e também saber o que elas significam.

2024 word1Para a cuiabana e professora de português Maraluce Rodrigues Ferreira, o jogo vai ajudar ainda mais a valorizar a cultura da Capital, mostrando às crianças que o dialeto cuiabano não é feio, mas sim algo que se deve ter orgulho, afinal, um simples “siminino” carrega todo uma bagagem cultural e histórica em si mesmo.

“O povo que não tem cultura não tem história. A arte misturada com nossa cultura vem só agregar e valorizar. Tenho 54 anos e sou cuiabana apaixonada pela nossa terra. Na década de 80, quando eu era adolescente, nós tínhamos mais vergonha do nosso linguajar. Hoje em dia, justamente pelo trabalho de pessoas que têm esse olhar de valorização, as crianças estão valorizando nosso linguajar de uma forma positiva”, conta a professora.

Para o secretário adjunto de Cultura Jan Moura, o jogo é uma inciativa de inovação que deve se intensificar em Mato Grosso. “Temos muitos criadores aqui e muitas ideias sendo feitas por aí. O Digoreste traz dois elementos fundamentais, o primeiro é o fortalecimento da cultura de conhecer esse lastro histórico e ancestralidade. O segundo é seu aspecto educacional. Eles uniram em uma única ferramenta cultura e educação principalmente na linguagem dos jovens”.

O projeto conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel), através dos editais MT Criativo e de Jogos Eletrônicos de 2021. “A parceria com a Secel foi fundamental para que pudéssemos tornar esses sonhos realidade, fazendo todos os estudos e análises de mercado para desenvolver projetos que estivessem alinhado com as demandas do público”, comenta Pedro Magalhães, produtor dos projetos.

Fonte: leiagora

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.