Nesta sexta-feira (28), o Entretê esteve presente na Casa Cuiabana para acompanhar o lançamento do game e aproveitou para conversar com o idealizar do projeto, o artista Luciani Oliari. Morador de Sinop, filho de uma catarinense e de um gaúcho, mas nascido em Minas Gerais, Luciano conta que sempre foi apaixonado pela cultura de Mato Grosso e de Cuiabá, ainda mais pelo linguajar do cuiabano raiz.
Partindo desse ponto e com o objetivo de resgatar o linguajar do povo, ele reuniu um grupo de programadores do estado e com eles desenvolveu o “Digoreste”. O game será disponibilizado nas escolas públicas do estado com o objetivo de contar um pouco da história e cultura local.
“Esses projetos nasceram da vontade de valorizar o que a gente tem de bom e que às vezes a gente não sabe que é bom ou esquece que é bom. O Digoreste vem pra manter a memória viva das crianças. Nós pensamos nesse jogo para ser uma forma deles estudarem a história e a gramática”, diz Luciano.
As crianças terão acesso gratuito ao game, basta apenas fazer o download em celulares com o sistema Android ou em qualquer computador. A plataforma funciona como um caça-palavras em que os participantes vão descobrir palavras do linguajar cuiabano e também saber o que elas significam.
Para a cuiabana e professora de português Maraluce Rodrigues Ferreira, o jogo vai ajudar ainda mais a valorizar a cultura da Capital, mostrando às crianças que o dialeto cuiabano não é feio, mas sim algo que se deve ter orgulho, afinal, um simples “siminino” carrega todo uma bagagem cultural e histórica em si mesmo.
“O povo que não tem cultura não tem história. A arte misturada com nossa cultura vem só agregar e valorizar. Tenho 54 anos e sou cuiabana apaixonada pela nossa terra. Na década de 80, quando eu era adolescente, nós tínhamos mais vergonha do nosso linguajar. Hoje em dia, justamente pelo trabalho de pessoas que têm esse olhar de valorização, as crianças estão valorizando nosso linguajar de uma forma positiva”, conta a professora.
Para o secretário adjunto de Cultura Jan Moura, o jogo é uma inciativa de inovação que deve se intensificar em Mato Grosso. “Temos muitos criadores aqui e muitas ideias sendo feitas por aí. O Digoreste traz dois elementos fundamentais, o primeiro é o fortalecimento da cultura de conhecer esse lastro histórico e ancestralidade. O segundo é seu aspecto educacional. Eles uniram em uma única ferramenta cultura e educação principalmente na linguagem dos jovens”.
O projeto conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel), através dos editais MT Criativo e de Jogos Eletrônicos de 2021. “A parceria com a Secel foi fundamental para que pudéssemos tornar esses sonhos realidade, fazendo todos os estudos e análises de mercado para desenvolver projetos que estivessem alinhado com as demandas do público”, comenta Pedro Magalhães, produtor dos projetos.
Fonte: leiagora