Colégio Santa Cruz, em Alto de Pinheiros, bairro da zona oeste de São Paulo, suspendeu 34 alunos do ensino médio pela suspeita de práticas de bullying em mensagens em grupos de WhatsApp compostos só por meninos.
As ações eram praticadas contra alunos mais novos, que pertencem à turma do 1º ano do ensino médio da instituição. Alunos do 3º ano do ensino médio estavam aplicando “trotes” nestes alunos, que ingressaram no colégio em 2025.
Eles pediam que os mais novos executassem “tarefas” e, caso não cumprissem, faziam ameaças, inclusive de estupro. Muitas das mensagens, segundo apuração da Folha de S. Paulo, continham manifestações racistas, homofóbicas, misóginas e até ameaças de estupro.
Além disso, também eram forçados a ingerir bebidas alcoólicas, enviar fotos e vídeos de cueca; um dos pedidos era revelar qual era o “alvo”, se referindo às meninas do colégio, e qual posição sexual mais gostavam.
“Vou mandar um anão preto em cima de um porco pra te estuprar”, diz uma das mensagens a qual a Folha teve acesso. Para ingressar no colégio, é preciso fazer uma prova e, atualmente, a mensalidade custa cerca de R$ 7 mil reais.
Em nota enviada à imprensa, o colégio diz “repudiar qualquer forma de violência” e lamentar “profundamente que tais atos tenham ocorrido entre estudantes da escola”.
Afirma também que, após receber as denúncias de agressões, a escola iniciou uma apuração e tomou as “medidas educacionais cabíveis”, além de comunicar os fatos aos alunos e às famílias envolvidas.
O período de afastamento das aulas e de outras atividades acadêmicas ainda será definido pelo colégio. Bullying e cyberbullying, racismo e injúria racial são crimes previstos no Código Penal; em 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) também equiparou a LGBTfobia – ou seja, o ódio às pessoas da sigla LGBT+ – ao crime de racismo.
Fonte: capricho
