A programação, coordenada pela Voro’pi – Plataforma de arte e educação, gira em torno dos saberes, da produção artística e dos processos formativos indígenas, de mulheres e de pessoas que vivenciam processos de apagamento social, mas que geram contranarrativas.
“A viagem está centrada na proposta da Plataforma Voro’pi, um espaço de trocas educativas que adota a arte e intervenções educacionais como disparador para combater a desigualdade estrutural, gerar contra-histórias e reconhecer protagonismos já há muito existentes nos territórios, mas ainda desconhecidos do público em geral”, explica Naine Terena.
A programação inclui a “Coma Colonial”, do artista Wapichana Gustavo Caboco, além da participação da professora paraense Jamille Pinheiro.
Voro’pi
A plataforma de arte e educação Voro’pi começou a ser desenhada em julho de 2022, mas é resultado de 10 anos de trabalho de Naine Terena, graduada em Comunicação Social, com mestrado em Artes e doutorado e pós-doutorado em Educação.
A iniciativa pretende ampliar espaços de trocas, focada na educação, por meio da socialização e promoção de atividades que podem gerar intercâmbio, como é o caso dessa viagem internacional, mas também, está em processo de constituição de um espaço físico fixo em Cuiabá.
O Voro’pi é um ser existente na cultura do povo Terena. O professor Terena Antonio Carlos Seizer da Silva, em sua tese de doutorado ‘KALIVÔNOHIKO TÊRENOE: Sendo criança indígena Terena do/no século XXI – vivendo e aprendendo nas tramas das tradições, traduções e negociações”, apresenta Voro’pi como uma enorme serpente que castiga com raios, produzindo temporais.
Nas narrativas de distintos territórios Terena, Voro’pi, além de causar mudanças climáticas, protege e fortalece aqueles que compreendem as relações de equilíbrio entre homem e natureza, conforme registro realizado em um painel artístico produzido por Evelin Hekeré e Suelen Rosa Quintano Terena.
Fonte: leiagora