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Economia

Tragédia no Rio Grande do Sul causa ‘cidades fantasmas’ e impacta turismo – entenda a situação.

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A temporada de inverno em , na Gaúcha, enfrenta um desafio: a diminuição drástica do turismo, por causa das chuvas intensas que assolam o Rio Grande do Sul. A cidade, conhecida por atrair milhares de visitantes nesta época do , esteve esvaziada neste primeiro fim de semana de junho, semelhante ao cenário da de covid-19.

Proprietário de três restaurantes em Gramado, Josiano Schmitt compara a situação atual com a crise sanitária. “Claro, a consequência é muito menor desta vez”, disse Schmitt à emissora CNN Brasil. “Preservamos as vidas. Naquela época, a era maior, mas a aflição com o vazio é muito parecida.”

A situação de Schmitt reflete a realidade de muitos empresários no Estado. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 94% dos estabelecimentos registram queda no faturamento, com metade sem água e um terço sem energia elétrica.

Apesar de Gramado não ter sofrido com enchentes por causa da sua localização montanhosa, os deslizamentos de terra causaram mortes e desabrigados. A recuperação do turismo enfrenta dificuldades logísticas, com estradas destruídas ou interditadas e problemas no Aeroporto Salgado Filho.

Normalmente, o terminal de Porto Alegre opera cerca de 130 voos diários, metade com destino à Serra Gaúcha. A malha emergencial estabelecida pelo governo permite movimentar esse volume de voos em uma semana, usando aeródromos alternativos.

O fechamento do Salgado Filho por tempo indeterminado preocupa o setor. “Hoje, se uma pessoa quiser comprar uma viagem para vir ao Rio Grande do Sul em dezembro, no Natal, não consegue”, afirma Schmitt.

Além da logística, há preocupação com a imagem do Estado. A Abrasel e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) temem que as imagens da catástrofe afastem turistas por mais tempo do que o necessário.

Os restaurantes de Schmitt adotaram um regime de revezamento para manter os empregos. Um acordo com o sindicato permitiu a antecipação de férias e folgas e a suspensão de contratos por 60 dias, com metade dos funcionários saindo de férias por 15 dias e, ao retornarem, os demais entram em recesso.

Empresário pedem lei para flexibilizar regras trabalhistas no Rio Grande do Sul

Chuvas provocam desmoronamento em rua de Gramado, no Rio Grande do SulChuvas provocam desmoronamento em rua de Gramado, no Rio Grande do Sul
Cidades Turísticas, Como Gramado, Foram Atingidas Pela Tragédia | Foto: Mauricio Tonetto/Secom

Os empresários pedem uma nova “Lei do ”, similar à utilizada durante a pandemia, que permitia a redução de jornadas e salários e suspensão de contratos. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tem apoiado a demanda. O governo federal quer acelerar os debates a manutenção de empregos.

Em reunião em 22 de maio, Leite solicitou ao ministro do Turismo, Celso Sabino, recursos de R$ 1 bilhão do Fundo Geral do Turismo para socorrer a atividade no Estado. Até agora, o governo federal prometeu R$ 200 milhões em ajuda.

José Justo, diretor da Abih-RS, resumiu a necessidade do setor: “Mais dinheiro”. Ele destacou que as medidas anunciadas pelo governo ainda não chegaram à linha de frente do setor. Há muitas reclamações sobre dificuldades no relacionamento com a rede bancária.

“Muitas empresas ficaram sem caixa e precisam pagar a folha de salários e fornecedores”, disse Justo. “Isso demanda crédito facilitado, agilidade do setor financeiro, o que não estamos vendo. Mesmo com anúncios do governo, têm chegado muitas reclamações por causa dessas dificuldades no relacionamento com a rede bancária.”

Fonte: revistaoeste

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