O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, encaminhou na última terça-feira, 17, à Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), o projeto de privatização da Sabesp.
Tarcísio afirmou estar otimista com a proposta de privatização da Sabesp. Ele acredita que a votação do projeto de lei acontecerá no fim de novembro ou dezembro deste ano.
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A Sabesp é uma empresa de economia mista, isto é, uma parte pertence ao Estado e outra à iniciativa privada. Atualmente, o governo paulista é o maior acionista da empresa.
Na última segunda-feira, 16, o governador informou que faria uma reunião com os deputados da base governista para “apresentar as premissas do modelo, explicar toda a modelagem e os aspectos importantes” do projeto.
Vários colaboradores da Sabesp manifestaram sua insatisfação e chegaram a promover uma greve no início de outubro, visando a interromper o processo em andamento.
Funcionários da empresa são contra a privatização
“Nosso principal objetivo é interromper a privatização da Sabesp”, declarou, em 3 de outubro, Anderson Guahy, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema). “Não estamos focados em pautas salariais ou afins. Defendemos a permanência da Sabesp como uma empresa pública, que contribua com lucros para o Estado e ofereça à população água de alta qualidade e tarifas equitativas.”
O economista Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp, argumenta que a empresa tem grande potencial de ser negociada por uma quantia significativa e afirma que a companhia poderia funcionar com maior eficiência — caso fosse privatizada. Ele ainda ressalta que há margem para uma possível redução da tarifa.
“Existem oportunidades claras de melhorias operacionais sem as barreiras inerentes a uma empresa de economia mista, seja na gestão de pessoas, na adoção de tecnologias, ou na capacidade de minimizar perdas e alinhar-se aos padrões globais”, observou Oliveira.
Caso o projeto de lei avance, está previsto que o Estado poderá manter o direito de vetar decisões relativas à mudança de nome da Sabesp, à transferência de sua sede e às alterações na atividade econômica. O Estado também poderia estabelecer um limite máximo de votos que um acionista pode possuir na companhia.
Fonte: revistaoeste