Mais de cem empresas do Reino Unido admitiram ter violado as sanções britânicas contra a Rússia desde a invasão da Ucrânia, no ano passado. Ao admitir as violações e cooperar com investigações, as companhias podem reduzir as penalidades governamentais.
O número total de sanções impostas à Rússia somam mais de 1,6 mil indivíduos e empresas desde a invasão, em fevereiro de 2022.
Foram 127 empresas que divulgaram o descumprimento de sanções ao governo britânico até 17 de maio, de acordo com um pedido de informação feito ao setor de finanças públicas britânico e visto pelo Financial Times.
A sócia de crimes financeiros do escritório de advocacia Pinsent Masons, Stacy Keen, disse que as sanções criaram um grande desafio para as empresas, uma vez que há uma maior integração da Rússia com a economia global, em comparação com regimes ditatoriais, como o Irã e a Coreia do Norte.
“As sanções russas foram sentidas de maneira mais acentuada fora da Rússia, de uma forma que outras simplesmente não sentiram no passado”, disse Stacy. “Indivíduos e entidades russas tinham uma presença fora da Rússia que, talvez, se você olhar para o regime iraniano ou o regime sírio, simplesmente não havia essas ligações entre as economias.”
A Stacy acrescentou que as empresas deveriam considerar admitir violações para garantir reduções das penalidades governamentais. As punições podem variar de nenhuma ação, carta de aviso, penalidade civil ou processo criminal. Já as penalidades financeiras não têm limite.
Sanções evidenciam a extensão de vínculos entre Reino Unido e Rússia
A extensão dos vínculos entre os dois países em diversas indústrias foi demonstrada no ano passado. O Chelsea Football Club, por exemplo, entrou em crise depois que o Reino Unido anunciou sanções contra o oligarca russo Roman Abramovich, proprietário do clube na época.
A medida paralisou temporariamente a venda do clube da Premier League e colocou em risco seus acordos de patrocínio.
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No total, as sanções ocidentais congelaram US$ 300 bilhões que pertenciam ao Banco Central Russo desde a invasão na Ucrânia. As restrições somam as exportações de carros e bens de luxo, relógios, semicondutores e equipamentos de alta tecnologia.
A lista de importações russas proibidas pelos países da União Europeia foi ampliada para incluir commodities, como cimento, produtos de borracha e madeira.
Líderes da União Europeia endossaram em outubro planos de usar bilhões de euros provenientes de ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia. A Comissão Europeia deve apresentar propostas no início de dezembro.
Fonte: revistaoeste